Designers que alimentam negócios só com o olhar

O design é muito mais que um sentimento. É muito mais que ter um olho natural para o desenho. O design é muito mais. Ponto.

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O design é muito mais que um sentimento. É muito mais que ter um olho natural para o desenho. O design é muito mais. Ponto.

O design ultrapassa-se a si próprio. E como?

Basta olhar para o mundo dos negócios e assumir que o design está e estará cada vez mais presente e de forma transversal na criação e implementação de um negócio.

O design há muito que deixou de ser uma “fase” ou um “departamento”.

Para as empresas que olham para o design da forma certa, o retorno é garantido. A Standard & Poor’s refere na sua lista das top 500 que as empresas que mais investiram em processos de design na última década, incluindo as apostas em design mais inovador e arriscado como a Disney, a Nike e a Proctor & Gamble por exemplo, superaram todas as restantes em cerca de 211%! Já para não falar em marcas como a Apple, a Amazon, a Netflix e claro... a Tesla!

A importância do design, ou se preferirem, do business design, está apenas a aumentar, não é nova, está isso sim a intensificar-se.

Os consumidores têm acesso instantâneo aos mercados globais e as suas expectativas para com os serviços são cada vez mais exigentes. Já não distinguem as experiências físicas das digitais. Tudo isto torna cada vez mais difícil conseguir produtos ou serviços que se destaquem da multidão. Como resultado, o design tornou-se numa disciplina de tomada de decisão que vai para além do “departamento” de design.

Os desafios são enormes. E não são só ao nível das empresas! Os designers também terão que se reinventar, pois as suas equipas de trabalho serão cada vez mais transversais, com outras espécies à mistura oriundas das mais variadas áreas científicas. Não estarão apenas concentrados numas das fases dos projectos, estarão sim, em todas as fases.

Os designers têm, e sempre tiveram, competência para olhar para o mundo com sentido crítico, olhar com diferentes perspectivas que vão para além da construção de objectos para o nosso quotidiano. Conseguem olhar, ajudar e por vezes até definir novos negócios. Estima-se que, em 2016, 36% das 25 maiores startups financiadas foram co-fundadas por designers. Será apenas pura sorte?

Ou é caso para dizer que também está a mudar a forma como o mundo passou a olhar para o verdadeiro valor do design?

O autor escreve em desacordo ortográfico.