Greve dos professores teve uma adesão entre 70 e 75%

Paralisação por regiões durou quatro dias. Sindicatos vão pedir para serem recebidos por Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa.

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Nogueira diz que manifestação nacional poderá ser anuncaiada no primeiro dia de aulas do 3.º período Nuno Ferreira Santos

A greve de quatro dias dos professores, que termina nesta sexta-feira, teve uma adesão entre os 70% e os 75%, segundo a Federação Nacional de Professores (Fenprof), que voltou a avisar o Governo, que, se não negociar, os docentes vão fazer-se "ouvir na rua".

No Porto, no balanço do quarto e último dia de greve dos professores, que nesta sexta-feira teve por palco a região norte e os Açores, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, referiu que a adesão foi boa e que centenas de escolas fecharam por todo o país.

As próximas semanas serão de "conversação, diálogo e negociação" e, caso a resposta do Governo seja "mais da mesma", os professores irão partir para outras formas de luta, nomeadamente para uma "grande manifestação de rua", afirmou.

"Se chegarmos ao primeiro dia do terceiro período lectivo [9 de Abril] sem respostas ou com as mesmas respostas, nesse dia iremos conversar e anunciar o que vamos fazer a seguir, sendo certo que, se o Governo não tiver disponibilidade para ouvir os professores através dos representantes nas mesas de negociações, vai ouvi-los na rua, isso não temos dúvidas, provavelmente numa grande manifestação", vincou.

Mas, antes disso, Mário Nogueira referiu que as organizações sindicais vão pedir reuniões com os diferentes grupos parlamentes, com o ministro da Educação, com o primeiro-ministro e o Presidente da República.

"O que vai acontecer é uma janela de oportunidades que todos vamos dar uns aos outros, esperamos que até 9 de Abril seja possível conversar, negociar e encontrar caminhos para resolver os problemas actuais", frisou.

O líder sindical salientou que o primeiro-ministro, António Costa, disse na Assembleia da República, na quinta-feira, que a actual proposta de só recuperar parte do tempo de serviço era a "proposta neste momento", por isso, Mário Nogueira espera que o momento seguinte seja o do "reconhecimento integral".

O secretário-geral da Fenprof reforçou que os professores não querem que as soluções sejam "já para amanhã e todas de uma vez" porque há um peso orçamental que tem de ser ponderado. "Se for esse o problema podemos negociar o prazo, ritmo, forma, mas há coisa que não se negoceia, mas conta-se que é o tempo de serviço", sustentou.

A greve de professores, que sob a forma de paralisações regionais percorreu todo o país, teve como principal motivação a falta de consenso sobre a contagem de todo o tempo de serviço, no processo de descongelamento das carreiras da Função Pública.

A tutela admite contabilizar apenas pouco mais de dois anos dos nove do tempo de serviço prestado pelos docentes durante o período de congelamento das carreiras.

Notícia corrigida às 18h21. Substitui organizações sindicais vão reunir-se por organizações sindicais vão pedir reuniões.

 

 

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