Real Madrid e Juventus reeditam Cardiff... a duas mãos

Italianos foram os únicos a travar os campeões europeus nas últimas quatro edições. Sorteio aberto ditou ainda um Liverpool-Manchester City.

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Cristiano Ronaldo bisou na final de Cardiff, frente à Juventus EPA/ANDY RAIN

Real Madrid e Juventus reeditam nos quartos-de-final da Champions, em Abril, o último duelo da final de Cardiff, a 12.ª arrebatada pelos “merengues”, segunda a expensas da formação transalpina… a única que nos últimos quatro anos impediu os madridistas de monopolizarem todas as decisões da Liga dos Campeões desde 2013/14.

Mas a mais prestigiada prova mundial de clubes reservou ainda outros duelos titânicos, com destaque para o Liverpool-Manchester City, por ventura o mais “banalizado” – face aos 178 embates entre os vizinhos ingleses – e simultaneamente inédito, uma vez que no âmbito das competições da UEFA representa uma estreia absoluta. Uma certeza resulta deste cruzamento: Inglaterra ficará reduzida a um representante.

Em sintonia com a história, que traduz uma clara vantagem dos “reds” (87V 45D e 46E), a tendência mantém-se com os “citizens” a saírem vencedores em apenas uma das últimas oito ocasiões, precisamente na recente visita do Liverpool ao Etihad, que redundou numa goleada por 5-0. Klopp devolveria, em Anfield, a “gentileza” a Pep Guardiola, que averbou a única derrota (4-3) da época na Premier League ante o “carrasco” do FC Porto.

Em contraste com este constrangimento britânico, resultante de um sorteio aberto, Espanha apresenta um trio com possibilidade de assegurar uma vaga nas meias-finais. De entre os oito candidatos à final do Olímpico de Kiev, a 26 de Maio, destaca-se o Barcelona, campeão europeu em 2014/15, consagrado frente à… Juventus. Desta feita, Messi e companhia encontram a Roma, de quem guardam as melhores recordações depois dos 6-1 impostos em Camp Nou (fase de grupos de 2015/16) na última de quatro disputas entre ambos, apesar do equilíbrio comprovado pelos dois empates e uma vitória para cada lado.

Menos equilibrado deverá ser o Sevilha-Bayern de Munique... sem histórico para comparar. Óbvio é o compromisso que bávaros e andaluzes assumirão para entrar nos quatro que discutirão um lugar na final. Os alemães dominam em absoluto a Bundesliga e podem dedicar-se à Champions de corpo e alma. Capítulo em que os sevilhistas, quintos na Liga espanhola, praticamente arredados da luta pelos lugares de acesso à liga milionária, poderão responder na mesma moeda.

O passeio alemão nos “oitavos” antecipa uma luta desigual, embora o Sevilha reclame, depois de atingir pela primeira vez na história os quartos-de-final da Champions – com uma vitória inédita em Inglaterra, eliminando o Manchester United de José Mourinho – uma atenção especial. A par de Juventus, Real Madrid e Barcelona, o Bayern repete a história de há um ano, onde não surgem Mónaco, Leicester, Atlético de Madrid e Borussia Dortmund.

Assim, voltando ao início, recuperemos o grande embate dos “quartos” para lembrar que o domínio do Real Madrid pode estar em risco. Se em partidas a eliminar há, de facto, uma angústia latente entre os italianos, já em decisões a duas mãos as contas pendem para os homens de Turim. Globalmente não existem grandes diferenças, com o Real a somar mais uma vitória (9 contra 8), havendo dois empates pelo meio.

O último dos quais em 2014/15, no Santiago Bernabéu (1-1), com uma traição de Álvaro Morata a inviabilizar os esforços de Cristiano Ronaldo, que marcou nas duas mãos e continua a facturar frente à “Vecchia Signora”, somando sete golos em cinco encontros, tendo bisado nos 1-4 de Cardiff.

Ronaldo merece, de resto, um capítulo especial. Líder destacado dos melhores marcadores da prova, onde soma 12 dos 117 acumulados nos últimos anos, o português atravessa um momento de grande inspiração, o que poderá fazer a diferença numa eliminatória muito disputada.

A grande referência, a que prevalece imutável, é o ADN dos grandes clubes, mesmo que Casillas já não esteja na baliza “merengue” (despediu-se de Madrid praticamente após a eliminação com a Juventus) ou que Morata tenha, entretanto, rumado ao Chelsea. Os italianos não contam com Pjanic e Benatia, suspensos no primeiro jogo, e essa é a realidade que importa destacar, de nada adiantando lembrar Pirlo, Bonucci, Evra, Pogba, Vidal, Tevez e Llorente, figuras das meias-finais de 2014/15. Mas o espírito continua vivo. Seja com Morata ou Higuaín. Massimiliano Allegri e Zinedine Zidane sabem-no perfeitamente, pelo que não terão problemas em focar-se totalmente neste duelo que deixará um dos grandes candidatos pelo caminho.

 

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