Queer Britain, o novo museu LGBTQ, abre em Londres em 2021

Tornar-se-á num museu para todos, “independentemente da sua sexualidade ou identificação de género”.

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O Museum Queer Britain acolherá todo um registo que tem vindo a ser desenhado pla comunidade LGBT em terras de Sua Majestade

O que significa um museu senão um lugar com ideais de preservação, conservação, de salvaguarda de uma memória colectiva, arquivo ilustrado com a missão de contar uma história, várias histórias, de forma a compreendermos o passado, e também, fundamentalmente, a entendermos e aceitarmos as várias camadas de um presente? É nessa lógica que se anunciou, na Sala Oscar Wilde, espaço adjacente ao Hotel Café Royal em Londres, a abertura para 2021 do Museum Queer Britain. Acolherá, protegerá e promoverá todo um registo que tem vindo a ser desenhado por uma comunidade LGBTQ em terras de Sua Majestade. Será o primeiro museu nacional que salvaguarda, enfatiza, celebra e reflecte sobre as vidas de uma comunidade gay, lésbica, transsexual, bissexual e queer, que durante uma substancial fracção de tempo viu os seus comportamentos marginalizados.

Queer Britain, que também é já conhecido como título de uma série apresentada pelo Youtuber e jornalista Riyadh Khalaf, que se propôs explorar a cultura queer, tem como potencial localização a zona de Southwark, no Sul de Londres. Segundo John Galliano, co-fundador do espaço, antes editor do Gay Times: “As pessoas já saíram do armário, agora é altura de saírem das margens.” Queer Britain tornar-se-á num museu para todos, “independentemente da sua sexualidade ou identificação de género”. Numa tentativa de criação de um arquivo e colecção das diversas narrativas, de maneira a adicionar a uma colecção já previamente planeada, John Galliano acrescentou ao The Guardian: “Os artefactos e as histórias das pessoas estão-se a perder todos os dias, e precisamos de as salvar. Já demasiada gente – inevitavelmente, na sua maioria, homens – que experienciou directamente a situação, antes da descriminalização parcial da homossexualidade em 1967, já não se encontra connosco.”

Celebrar esta herança cultural, social, não só servirá como material didáctico para o entendimento das futuras gerações, como torna-se mote principal do projecto. Que passará a fazer parte de um conjunto de museus que visam essa salvaguarda e partilha. Destacam-se o primeiro espaço do mundo dedicado à arte LGBTQ, fundado há 50 anos, e que conta já com uma colecção que abrange séculos: o Leslie-Lohman Museum of Gay and Lesbian Art, em Nova Iorque; em São Francisco, o GLBT History Museum; em território europeu, em Berlim e Amesterdão, o Schwules Museum e o IHLIA LGBT Heritage, respectivamente. Iniciativas como esta restauram a esperança no seio das comunidades. Agora, só nos resta aguardar.

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