Tajani coloca-se ao lado de Costa na defesa de novos impostos europeus

António Tajani e António Costa sintonizados sobre a necessidade de novos impostos europeus como forma de aumentar os recursos próprios da União Europeia.

Tajani mostrou sintonia com Costa
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Tajani mostrou sintonia com Costa Reuters/VINCENT KESSLER
António Costa e Tajani, em Estrasburgo
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António Costa e Tajani, em Estrasburgo LUSA/PATRICK SEEGER

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, disse esta quarta-feira, em Estrasburgo, que partilha as posições do primeiro-ministro português, António Costa, sobre a necessidade de novos impostos europeus como forma de aumentar os recursos próprios da União Europeia.

"Ouvimos a posição portuguesa sobre assuntos muito interessantes, gostei muito do que disse o primeiro-ministro relativamente aos recursos próprios para o quadro financeiro plurianual. Esse é um ponto muito importante para o Parlamento Europeu: nós sublinhamos a importância de ter um imposto digital, a importância de ter uma taxação sobre a especulação financeira, e também uma taxação contra alterações climáticas sobre produtos poluentes", disse Tajani, numa conferência de imprensa conjunta com Costa.

Depois de um debate sobre o futuro da Europa no hemiciclo de Estrasburgo com o primeiro-ministro português, que ficou marcado por críticas de eurodeputados do PSD e CDS-PP às posições de António Costa sobre os recursos próprios, Tajani - que também pertence ao Partido Popular Europeu (PPE), tal como as delegações social-democrata e democrata-cristã - reforçou que os novos impostos fazem todo o sentido.

"Por que não pedir dinheiro aos gigantes da Internet? Não pagam impostos, não dão postos de trabalho e levam o dinheiro que ganham para os Estados Unidos ou China. Devem pagar como as empresas europeias", defendeu o presidente da assembleia.

No plenário, Costa reafirmara que Portugal aceita contribuir com mais dinheiro para os cofres europeus, mas apontou que, precisamente para que o necessário reforço do orçamento da UE no pós-'Brexit' não seja feito unicamente através de aumentos das transferências dos Estados-membros "à custa dos impostos dos seus nacionais", é necessário aumentar igualmente os recursos próprios através de impostos sobre o conjunto da economia europeia.

O primeiro-ministro defendeu que novos impostos europeus só serão eficazes à escala europeia, pois nenhum país vai conseguir taxar com efectividade as multinacionais americanas do digital, por exemplo, e disse ainda esperar que haja finalmente a "coragem de aprovar a taxação sobre as transacções financeiras".

António Costa foi o terceiro líder europeu a participar no ciclo de debates promovido pelo Parlamento Europeu sobre o Futuro da UE, iniciado este ano, depois dos primeiros-ministros da Irlanda, Leo Varadkar, em Janeiro, e da Croácia, Andrej Plenkovic, em Fevereiro, e antes do Presidente francês, Emmanuel Macron, o "convidado de honra" da sessão plenária de Abril.

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