Peixe em Lisboa com três esplanadas e cozinha chinesa

Entre 5 e 15 de Abril, o festival lisboeta regressa ao Pavilhão Carlos Lopes e traz algumas novidades.

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Rui Gaudêncio
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A eslovena Ana Ros dr
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Andrew Wong, britânico de origem chinesa dr
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Ashley Palmer Watts
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Ivan Dominguez
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Anthony Genovese

O local é o mesmo do ano passado – o Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa – mas há novidades: este ano, o Peixe em Lisboa, que acontece entre 5 e 15 de Abril, terá três esplanadas, o que, segundo o director do festival, Duarte Calvão, significa mais 100 lugares no exterior, uma parte deles virados para o Parque Eduardo VII e os outros para a Avenida Sidónio Pais.

Entre os chefs estrangeiros convidados para esta 11.ª edição, destaca-se a eslovena Ana Ros (que se apresenta no dia 10, às 19h), que foi eleita a Melhor Chefe Feminina do Mundo pela revista Restaurant (a mesma que escolhe os 50 Melhores Restaurantes) e que, explicou Duarte Calvão, tem um “trabalho magnífico de recuperação de produtos locais, sobretudo peixe do rio”, e é responsável por ter mostrado ao mundo as especificidades da cozinha eslovena, a partir do seu restaurante Hisa Franko.

Outra presença que promete chamar a atenção é a de Andrew Wong (dia 11, às 19h), do restaurante londrino A Wong (uma estrela Michelin). É a primeira vez que a cozinha chinesa é representada no Peixe em Lisboa e Andrew tem uma história curiosa, sublinhou o director do festival. “Os pais tinham um restaurante chinês tradicional, ele ia estudar para Oxford, mas o pai morreu, ele teve que pegar no negócio da família e decidiu ir até à China para conhecer a verdadeira cozinha chinesa." A sua apresentação promete ter “um nível de espectacularidade” elevado.

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Alexandre Silva, do Loco, é um dos restaurantes que se estreia no Peixe em Lisboa

Virão ainda a Lisboa Ashley Palmer-Watts (dia 8), do Dinner de Londres (duas estrelas), Anthony Genovese (dia 9), chef do Il Pagliaccio, um restaurante que se tem destacado em Roma e que também já conquistou duas estrelas Michelin, e ainda Ivan Dominguez (dia 13), do Alborada, na Corunha (uma estrela), que virá mostrar como na Galiza se trabalham os produtos do mar, muito semelhantes aos que se encontram na costa portuguesa.

Como sempre acontece, também na área dos restaurantes que participam no festival há algumas novidades. Este ano, os estreantes são a Casa do Bacalhau, do chef João Bandeira (vencedora, no ano passado, do Concurso de Pataniscas); o Loco, o restaurante de Alexandre Silva, com uma estrela Michelin e uma cozinha de vanguarda; e um mais clássico Mariscador, o novo espaço que Rodrigo Castelo se prepara para abrir no Campo Pequeno, em Lisboa, depois do sucesso que obteve com a Taberna Ó Balcão, em Santarém.

Alguns dos chefs são repetentes mas apresentam-se com restaurantes diferentes. É o caso de Paulo Morais, que irá representar o Kanazawa, que lidera desde que o seu fundador, Tomoaki Kanazawa, regressou ao Japão. Outro exemplo semelhante é o de André Magalhães, que costuma estar presente com a Taberna da Rua das Flores e desta vez participa com a Taberna Fina, o seu novo restaurante na Praça Luís de Camões, ao Chiado.

Os assumidamente repetentes são, vindo de Sesimbra, o Ribamar, de Helder Chagas (que nunca falhou uma edição), Arola (Penha Longa, Sintra), e, de Lisboa, o Ibo, Kiko Martins e o Ritz Four Seasons do chef Pascal Meynard. Os vinhos serão os da região de Lisboa. 

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Rodrigo Castelo leva o seu Mariscador, prestes a abrir em Lisboa, à 11º edição do festival Mário Cerdeira

Outros chefs portugueses vão, por seu lado, subir ao palco para fazerem apresentações dos seus trabalhos. No dia 6 será João Oliveira, do Vista, em Portimão, a 7, vindo do Porto, Vasco Coelho Santos, do Euskalduna, e Tiago Bonito, do Largo do Paço (Casa da Calçada, Amarante). A 12, sempre às 19h, José Avillez, do Belcanto, e a 14, um sábado, haverá sessão dupla com Diogo Rocha (Mesa de Lemos, Viseu), às 15h30, e Diogo Noronha, do Pesca, em Lisboa, às 18h30.

A despedida dá-se com o Carapau do Adeus – numa acção destinada a valorizar esta espécie, sobretudo tendo em conta o problema dos stocks de sardinha – que contará com Bertílio Gomes (Chapitô à Mesa, Lisboa), João Rodrigues (Feitoria, Lisboa) e Pedro Almeida (Midori, Penha Longa, Sintra).

Além disso, voltam alguns clássicos do festival, uns de sempre, outros mais recentes: Lisbon Bar Show (dia 8 às 16h), o Concurso de Pataniscas, na sua segunda edição (dia 9, 15h), o muito concorrido Concurso do Pastel de Nata (dia 11, às 15h), o concurso Jovens Talentos da Gastronomia, organizado pelas Edições do Gosto (dia 12 às 15h), a colaboração com a Ciência Viva (dia 13 às 15h).

Dois debates trazem temas que se pretendem (pelo menos um pouco) polémicos. O primeiro acontece logo no dia 6, às 15h, e junta Henrique Sá Pessoa, Kiko Martins e Ljubomir Stanisic para discutir a relação dos chefs com a televisão. No dia 10, também às 15h, vai falar-se de “restaurantes, agências, jornalistas, bloggers e convites”, com Patrícia Dias, da Chef’s Agency, Tiago Pais, jornalista freelancer, Sancha Trindade, d' A Cidade na Ponta dos Dedos, e Rui Sanches, do Grupo Multifood.

Por último, continua a haver o Mercado Gourmet, que estará integrado na zona de restauração como no ano passado e terá 32 expositores (incluindo a incontornável presença da banca de peixe de Açucena Veloso, apesar da recente morte da icónica vendedora).

No final da conferência de imprensa de apresentação da edição deste ano, o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Duarte Cordeiro, declarou que “a gastronomia é uma área de afirmação da cidade, sublinhou que o Pavilhão Carlos Lopes (que no ano passado esteve longe de reunir consenso como local ideal para o evento) é “um espaço de grande visibilidade” em Lisboa, e concluiu garantindo que o Peixe em Lisboa (uma organização da Associação de Turismo de Lisboa, com o apoio da câmara e produção da DPT Global e LGSP Events) está para ficar – “pelas próximas décadas”.

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