Marcelo reúne-se com Tsipras depois de ter falado no "processo virtuoso" português

Presidente anunciou que "irão ser dados passos importantes em termos de reforço da língua portuguesa na Grécia, nomeadamente no plano universitário"

Marcelo chegou a Atenas na segunda-feira
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Marcelo chegou a Atenas na segunda-feira Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
Visita termina na quarta, dia 14
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Visita termina na quarta, dia 14 LUSA/PANTELIS SAITAS

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reúne-se esta terça-feira com o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e com o chefe de Estado grego, Prokopios Pavlopoulos, em Atenas.

Marcelo Rebelo de Sousa está na Grécia desde segunda-feira, a convite do seu homólogo grego, para uma visita de Estado de dois dias e meio, acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Hoje, o seu programa começa com a deposição de uma coroa de flores no monumento ao soldado desconhecido, em frente ao parlamento grego, antes de ser recebido no Palácio Presidencial pelo Presidente da República Helénica, Prokopios Pavlopoulos, com irá quem almoçar.

Antes do almoço, o chefe de Estado terá ainda um encontro com Alexis Tsipras, na residência oficial do primeiro-ministro grego, deslocando-se em seguida ao Parlamento Helénico, onde será recebido pelo seu presidente, Nikos Voutsis.

À tarde, Marcelo Rebelo de Sousa será agraciado com o título de doutor 'honoris causa' pela Universidade Nacional de Atenas, seguindo-se um jantar oficial organizado em sua honra pelo Presidente da República Helénica.

Processo virtuoso

Na segunda-feira, à chegada a Atenas Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a evolução de Portugal, caracterizando-a como "um processo virtuoso", e considerou que "são também boas as perspectivas" para o povo grego. O chefe de Estado falava durante uma recepção à comunidade portuguesa neste país, no salão de um hotel na Praça Syntagma, no centro de Atenas.

Sobre as relações bilaterais, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "não podem ser melhores", com "uma relação fraternal de uma amizade já antiga entre os dois chefes de Estado" e "um relacionamento muito próximo entre os governos, a nível dos seus primeiros-ministros e de vários membros dos governos".

De acordo com o Presidente da República, tem havido "uma evolução muito, muito positiva, a todos os níveis", no relacionamento entre Portugal e a Grécia, "e vão ser dados passos importantes em termos de reforço da língua portuguesa aqui na Grécia, nomeadamente no plano universitário".

"São muito boas as notícias que conhecem de Portugal. São francamente boas as notícias da amizade e do relacionamento entre os bons países. E são também boas as perspectivas que existem em relação ao Estado e ao povo amigos da Grécia", sintetizou, numa intervenção de cerca de dez minutos, perante perto de 200 pessoas.

Relativamente à situação nacional, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "Portugal, saindo de uma crise profunda, apresenta indicadores financeiros, mas também económicos, mas também sociais que são reconhecidos por todos - pela União Europeia, mas por todos aqueles que dentro e fora acompanham a evolução portuguesa".

"Estamos perante um processo virtuoso. Não vos falo de outras conquistas que são públicas e notórias, não vos falo da eleição do secretário-geral das Nações Unidas, não vos falo do presidente do Eurogrupo, não vos recordo a vitória nos campeonatos da Europa de futebol e agora recentemente de futsal, nem a vitória no Festival da Eurovisão, nem os óscares conquistados no turismo", prosseguiu.

Segundo o Presidente da República, Portugal é "exemplo de estabilidade política, com um sistema político estável, com um controlo financeiro interno e externo, com um crescimento económico acompanhado também do crescimento do emprego, e tudo isso naturalmente que é muito positivo".

"Mas devo reconhecer que também a Grécia está num processo feito com o mérito do povo grego, e dos seus responsáveis, bem entendido, e que é um processo que se espera que possa vir a culminar dentro de meses na passagem a outra fase, uma fase importante para a economia, para as finanças, para a sociedade e para o povo amigo da Grécia", acrescentou.

No seu entender, por isso, a sua visita de Estado à Grécia "calha num bom momento".

"Por vezes, estas visitas calham em momentos em que nem todas as notícias são boas", observou.

O chefe de Estado descreveu a comunidade portuguesa na Grécia, que é composta por cerca de 600 pessoas, como "uma comunidade de empreendedores, uma comunidade muito viva", e congratulou-se por ser "maioritariamente feminina".

Dirigindo-se aos seus representantes presentes nesta cerimónia, declarou: "Como também sabem, tem havido um relacionamento muito próximo entre os governos, a nível dos seus primeiros-ministros e de vários membros dos governos. Há dias, esteve a senhora ministra do Trabalho grega em Portugal e têm-se sucedido os contactos bilaterais".

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