Nikolai Glushkov, russo, amigo do oligarca Berezovski, encontrado morto em Londres

Desconhecem-se causas da morte do ex-director-geral da Aeroflot, que estava exilado no Reino Unido, após cinco anos de prisão na Rússia, acusado de lavagem de dinheiro e fraude.

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Reuters/NEIL HALL/Arquivo

Nikolai Glushkov, cidadão russo exilado no Reino Unido e associado próximo do oligarca Boris Berezovski, um inimigo jurado de Vladimir Putin que se suicidou em 2013, foi encontrado morto na sua casa em Londres, noticia o The Guardian, que cita amigos do empresário. Ainda não é conhecida a causa da morte de Glushkov, de 68 anos. Sabe-se apenas que foi encontrado na noite de segunda-feira pela família e amigos.

A polícia britânica explicou já que esta morte não está ligada à tentativa de envenenamento do antigo espião russo Serguei Skripal, na cidade de Salisbury: “A morte [de Glushkov] está actualmente a ser tratada como inexplicável”, informou a polícia, citada pela Reuters. “Não há provas que sugiram uma ligação ao incidente em Salisbury”.

As autoridades acrescentaram que a morte do empresário está a ser investigada pela unidade de contraterrorismo, mas apenas por uma questão de precaução, devido às ligações que o russo tinha.

De acordo com o jornal The Guardian, o empresário trabalhou durante os anos 90 na companhia aérea estatal russa Aeroflot e na empresa LogoVaz, pertencente a Berezovski. Porém, no início do azedar de relações entre Berezovski e o Presidente russo, Vladimir Putin, Glushkov foi acusado de lavagem de dinheiro e fraude, tendo passado cinco anos na prisão – foi libertado em 2004.

Depois disto, Gloshkov recebeu asilo político no Reino Unido, onde viveu nos últimos anos, argumentando que estava a ser perseguido pelo Kremlin.

Berezovski também já vivia, por esta altura, no Reino Unido e foi, em Março de 2013, encontrado morto na casa da sua ex-mulher. A polícia apontou como causa de morte o suicídio, mas pessoas próximas do oligarca sempre duvidaram desta conclusão. Afinal, já tinha sido objecto de conspirações para ser morto anteriormente.

Em declarações ao The Guardian nessa altura, Glushkov duvidada igualmente da tese de suicídio, e suspeitava que o seu amigo e parceiro de negócios tinha sido assassinado: “Estou convencido de que Boris foi morto. Eu tenho informação bastante diferente da que tem sido publicada pela comunicação social”.

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