Líder do PS-Coimbra diz ser “normal” ir buscar pessoas para votar

Pedro Coimbra, que também é deputado, foi reeleito com cerca de 60% dos votos.

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Rui Gaudêncio

Reconduzido este sábado como presidente da Federação Distrital do PS de Coimbra, Pedro Coimbra diz que é normal telefonar e ir buscar pessoas para que estas votem. Eleito pela primeira vez em 2012 para a liderança da estrutura socialista, arrecadou este ano cerca de 60% dos votos. O opositor era Luís Antunes, o autarca de Lousã. Ao longo da tarde em que decorriam as eleições, o candidato enviou várias mensagens ao PÚBLICO, que seriam para elementos do partido. Às 18h54, a pouco mais de uma hora do fecho das urnas, Pedro Coimbra avisava que “a votação está muito baixa”, o que o prejudicaria. E prosseguia: “Por favor vê quem falta dos nossos. Temos de telefonar e ir buscar. Falta só uma hora. Muito obrigado”.

Questionado sobre o teor das mensagens, Pedro Coimbra diz que “telefonar às pessoas e ir buscar quem não pode ir” é “normal”. Isto, independentemente, de serem “presidenciais, legislativas, europeias ou internas de um partido”. Coimbra explica ainda que é natural “mobilizar as pessoas e poder levá-las em carros pessoais”, como o próprio diz ter feito com familiares.

No discurso de vitória, o líder reconduzido salientou a “forma elevada” como decorreu o acto eleitoral. Saudou também “o voto directo, o voto livre e o voto secreto”. Nas últimas eleições para a distrital do PS, Pedro Coimbra acabou por ser o único candidato, depois de o opositor, António Manuel Arnaut, ter desistido, por considerar que este era um “processo viciado”. Arnaut afirmava, em 2016, que não estavam garantidas as “mínimas condições de legalidade e transparência, tratando de forma desigual as candidaturas existentes”.

O candidato não foi o primeiro a levantar suspeitas dentro do PS. O processo das fichas falsas, suspenso provisoriamente pelo Ministério Público em 2016, teve origem numa denúncia apresentada à justiça por uma militante. A denúncia apontava para a falsificação de fichas de inscrição no partido, que teria como objectivo apoiar a candidatura de Pedro Coimbra nas eleições para a distrital em 2012. O processo não avançou para o julgamento dos 18 arguidos, sendo que as partes chegaram acordo.

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