Marine Le Pen reeleita líder da Frente Nacional

Presidente do partido de extrema-direita vai anunciar no congresso a proposta do novo nome da FN.

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Marine de Len entra num terceiro mandato na liderança da FN EPA/THIBAULT VANDERMERSCH/Lusa

Sem rivais declarados num partido fraccionado, Marine Le Pen, candidata única a um novo mandato na liderança da Frente Nacional (FN), foi reeleita presidente do partido de extrema-direita francesa para um terceiro mandato. Foram contabilizados 2,87% de votos em branco ou nulos.

Os resultados da votação foram revelados no congresso do partido em Lille, onde neste domingo Le Pen deverá dar a conhecer o novo nome com que a Frente Nacional vai ser rebaptizada.

A primeira medida que Le Pen lança como presidente reeleita é a de mudar o nome do partido que lidera desde 2011: quer tornar a Frente Nacional mais moderada aos olhos dos eleitores franceses e aproximar o partido fundado pelo pai, Jean-Marie Le Pen, de um eleitorado menos extremista.

Os novos estatutos terminam com o cargo de “presidente honorário” da FN, atribuído a Jean-Marie, entretanto expulso do partido pela filha. Também foram eleitos os 100 membros do novo conselho nacional, o antigo comité central inspirado no PC soviético, onde entre os dez primeiros eleitos estão dois militantes históricos – Bruno Gollnisch e Marie-Christine Arnautu – que o jornal Le Monde descreve como próximos do pai Jean-Marie e que estarão contra a mudança de nome da FN.

A escolha de uma nova designação acontece numa altura em que a Frente Nacional está fraccionada e desorientada desde as eleições presidenciais de Maio de 2017 que deram a vitória a Emmanuel Macron, com quem Marine Le Pen se defrontou na televisão a 3 de Maio num debate considerado desastroso para a líder da Frente Nacional.

No sábado, Le Pen teve a seu lado o antigo estratego principal do presidente Donald Trump, Steve Bannon, que foi ao congresso participar como orador. O conselheiro ultra-nacionalista passou por Lille para dizer aos militantes da FN: “A História está do nosso lado e vai-nos levar de vitória em vitória”. E sabendo da já anunciada intenção de mudança de nome, fez um apelo à continuidade mesmo com uma nova designação. “Mudem de nome mas não de linha política”, escreveu no Twitter o ex-braço-direito de Trump.

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