Congresso levanta-se em homenagem a Adriano Moreira

CDS cria Senado com ex-líderes e representantes nacionais e distritais

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Adriano Miranda
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Foram várias as salvas de palmas e no final da sua intervenção no palco do 27.º Congresso do CDS, em Lamego, os congressistas e os convidados levantaram-se para uma longuíssima ovação a Adriano Moreira, antigo líder do partido entre 1985 e 1988 e depois, interinamente, entre 1991 e 1992.

Apresentada pelo presidente da mesa do Congresso, Luís Queiró - que integrou a direcção de Manuel Monteiro em 1992, que se opôs e substituiu à liderança de Adriano Moreira – a homenagem ao líder histórico do partido consistiu numa breve apresentação biográfica do professor universitário, pensador geoestratégico, político e estadista, nascido em 1922, em Grijó, Macedo de Cavaleiros, que marcou a vida política portuguesa antes e depois do 25 de Abril.

Luís Queiró não se esqueceu de lembrar, embora de forma vaga, o papel de Adriano Moreira entre 1961 a 1963, como ministro do Ultramar que abandonou o cargo em ruptura com o presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar, por este discordar das políticas por si introduzidas nas colónias. Políticas essas que não foram referidas no palco do congresso mas que passaram pela adopção de uma reforma que procurou matizar a segregação dos colonizados, inspirada politicamente no luso-tropicalismo teorizado pelo brasileiro Gilberto Freyre. Entre as medidas adoptadas então por Adriano Moreira, num momento em que se iniciava a Guerra Colonial em Angola, saliente-se a abolição do Estatuto do Indigenato, que passou, por exemplo, pela criação de um sistema de impostos que integrava a população negra, criando o que ficou conhecido por “imposto de palhota”. Mas também lançou os Estudos Gerais Universitários em Angola e Moçambique. E transformou o Tarrafal em Campo de Trabalho do Chão Bom, que passou a servir de prisão política para os presos que eram militantes dos movimentos de libertação nas colónias - a medida que pós-25 de Abril serviu o criticar.

Depois de um período de auto-exílio no Brasil, Adriano Moreira regressa a Portugal e inscreve-se no CDS em 1979, sendo nesse ano eleito deputado à Assembleia da República, onde se manterá até 1995. A liderança do partido exerceu-a em dois períodos difíceis para o CDS, entre 1985 e 1988 e entre 1991 e 1992, período em que ficou conhecido pelo “partido do táxi”, por apenas ter eleito quatro deputados.

A homenagem a Adriano Moreira, conselheiro de Estado desde 2015, consistiu ainda na exibição de um vídeo em que participaram Miguel Anacoreta Correia – para quem  Adriano Moreira é o “ exemplo vivo dos valores do CDS” -, José Almeida Araújo, Teresa Patrício Gouveia, Vítor Melícias, António Araújo, Filipe Lima Mayer, Lívia Franco e Paulo Portas.

Já no palco, Adriano Moreira afirmou que no CDS o poder está “entregue à geração que o recebe sem benefício de inventário”. E garantiu: “O CDS não mudou de matriz”. Fazendo questão de sublinhar a importância da acção do Papa Francisco, que considerou estar a olhar para “a mudança do mundo” e a mudar a forma de agir.

Adriano Moreira é, desde este sábado, um dos membros do Senado criado pelo CDS. Este novo órgão do partido é composto também pelos outros dois ex-presidentes do CDS ainda militantes, Paulo Portas e José Ribeiro e Castro. Integram ainda o Senado vários representantes distritais e nacionais como Miguel Anacoreta Correia e José Luís Nogueira de Brito.

Adriano Moreira é, desde este sábado, um dos membros do Senado criado pelo CDS. Este novo órgão do partido é composto também pelos outros dois ex-presidentes do CDS ainda militantes, Paulo Portas e José Ribeiro e Castro. Integram ainda o Senado vários representantes distritais e nacionais como Miguel Anacoreta Correia e José Luís Nogueira de Brito.

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