Jonas continua a olear a máquina benfiquista

Com golos do brasileiro e de Rúben Dias nos últimos 20 minutos, os “encarnados” alcançaram a sexta vitória consecutiva na Liga.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

Não houve a exuberância da vitória frente ao Marítimo ou da segunda parte em Paços de Ferreira, mas o Benfica ultrapassou mais um obstáculo e mantém-se na perseguição ao FC Porto. Perante um Desp. Aves determinado, que nunca abdicou de atacar, os “encarnados” realizaram uma primeira parte apática, mas, após aumentarem o ritmo no segundo tempo, chegaram ao triunfo (2-0), indispensável para a equipa de Rui Vitória. Para não variar, Jonas desbloqueou o problema benfiquista com o 31.º golo no campeonato, cabendo a Rúben Dias a honra de fechar o marcador.

Com margem de erro reduzida a zero, parecia que na última jornada o Benfica tinha aprendido a lição, resolvendo o problema frente ao Marítimo num abrir e fechar de olhos, mas o 26.º capítulo do campeonato foi, para os benfiquistas, um filme visto e revisto. À semelhança do que aconteceu nas últimas semanas frente a Rio Ave, Portimonense e Paços de Ferreira, as “águias” realizaram 45 minutos letárgicos e apenas mostraram atitude após o intervalo.

Com Pizzi fora de combate por castigo, Rui Vitória anunciou que a titularidade seria uma discussão entre João Carvalho, Samaris e Keaton Parks. Sem surpresa, o escolhido foi o promissor médio português, mas tal como tinha acontecido no Restelo, quando o internacional sub-21 foi titular pela primeira vez no campeonato, a aposta no “90” do Benfica não resultou em mais-valias para a equipa.

Com João Carvalho a sentir muitas dificuldades em vestir a fato de Pizzi e Zivkovic menos influente do que nos últimos jogos, o Benfica começou de forma demasiado lenta e previsível. E o Desp. Aves, organizado, agradeceu. A equipa de José Mota, que somava seis partidas consecutivas sem derrotas, apresentou-se no Estádio da Luz sem Carlos Ponck e Arango, jogadores emprestados pelo Benfica, mas as ausências não afectaram os avenses. Com Jorge Fellipe a revelar-se um bom substituto de Ponck no centro da defesa, Mota fez de Vítor Gomes a sombra de Zivkovic, colocando no “onze” três jogadores de vocação bem ofensiva: Nildo, Amilton e Derley.

O resultado desta equação foi uma primeira parte com muita posse de bola para o Benfica, mas oportunidades mais repartidas. Rafa, por duas vezes, assustou Adriano, mas um cabeceamento de Derley passou a poucos centímetros da baliza de Bruno Varela.
Mesmo sem alterações ao intervalo, o início da segunda parte deixou claro que os últimos 45 minutos seriam bem diferentes. Com menos de 120 segundos decorridos, Zivkovic falhou um golo que parecia fácil; três minutos depois, foi a vez de Rúben Dias estar perto de marcar; aos 53’, Adriano voltou a ganhar o duelo com Rafa.

Pressionante e com outra atitude, o Benfica apertava o cerco ao Desp. Aves e Rui Vitória arriscou. Resgatando o antigo “plano A”, o técnico ribatejano trocou João Carvalho por Raúl Jiménez e, perante o 4x4x2 “encarnado”, a equipa da Vila das Aves começou a fraquejar: aos 62’, apenas um excelente corte de Jorge Fellipe impediu André Almeida de fazer um grande golo. A equipa de Mota ainda procurou reagir — em boa posição, Paulo Machado rematou por cima —, mas Jonas voltou a ser o aditivo da máquina benfiquista. Com o relógio a aproximar-se perigosamente do fim, Adriano defendeu para a frente um remate de Fejsa, a bola sobrou para Cervi e o argentino colocou em Jonas, que não perdeu a oportunidade de fazer o 31.º golo na prova.

O quebra-cabeças avense estava decifrado pelos benfiquistas e as “águias” colocaram uma pedra sobre o assunto quase de seguida: Jiménez rematou, Adriano voltou a fazer uma defesa de recurso e, de forma oportuna, Rúben Dias fez o 2-0. Já dentro do último quarto de hora da partida, os benfiquistas respiravam de alívio com o sexto triunfo consecutivo, que coloca o Benfica com 65 pontos, menos dois do que o FC Porto, que joga hoje em Paços de Ferreira.

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