Das vestes do Douro ao preto, no primeiro dia da ModaLisboa

A 50.ª edição do evento arrancou esta sexta-feira com a entrega dos prémios do Sangue Novo e as colecções de alguns dos designers mais novos, bem como a de Aleksandar Protic.

Filipe Augusto foi o vencedor do prémio ModaLIsboa
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Filipe Augusto foi o vencedor do prémio ModaLIsboa DR
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Filipe Augusto foi o vencedor do prémio ModaLIsboa DR
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O calendário da ModaLisboa começou já na quinta-feira, com as fast talks sobre o papel dos media na moda, mas os desfiles arrancaram só na sexta. São 50 edições que se celebram este ano e o evento regressa ao cimo do Parque Eduardo VII, com desfiles entre o Pavilhão Carlos Lopes e a Estufa Fria. No primeiro dia de desfiles foram entregues os prémios do Sangue Novo e apresentadas as colecções de alguns dos designers mais novos, bem como a de Aleksandar Protic.

Como vem a ser costume, o dia começou com o Sangue Novo, uma plataforma para jovens criadores mostrarem o seu trabalho e, ao mesmo tempo, um concurso. Dos oito criadores e marcas que participaram foi Filipe Augusto quem levou o prémio principal (ModaLisboa), sendo que na edição passada tinha recebido uma menção honrosa e o prémio da FashionClash.

Desta vez, além do valor monetário (5000 euros), recebeu entrada num curso de Verão da Domus Academy, em Milão. Apresentou uma colecção de nove coordenados inspirada no Douro. “É a região onde eu nasci. [A colecção] fala sobre as pessoas que trabalham na vinha. Como as pessoas vão vestidas para o trabalho”, explica ao Culto.

“O júri [de cinco pessoas] foi completamente unânime sobre o Filipe Augusto”, o que nem sempre acontece, conta Eduarda Abbondanza, directora da ModaLisboa. “Ele tem um conjunto de competências que em bom rigor é aquilo que se procura no Sangue Novo, que é a sua capacidade empreendedora e o facto de estar a fazer uma colecção de homem, o que é importante para Portugal”, justifica. “É a segunda colecção em que reflecte o universo português. Faz essa pesquisa e transporta [as ideias] para um lado contemporâneo muito interessante. E isso é aquilo que nós estamos à procura”.

Daqueles que estão a dar os primeiríssimos passos, o dia seguiu depois paras os criadores que já começam afirmar-se na ModaLisboa, ainda sob a alçada da plataforma Lab. Ana Duarte, que dá o seu último nome à marca, apresentou uma colecção inspirada “no glamour dos anos 1920, numa altura em que os gangsters eram idolatrados”, bem como peças de art déco da altura. “Tudo combinado numa versão actual da minha visão para a marca, luxo desportivo", aponta.

Aproxima-se o aniversário dos três anos da criação da empresa. Neste momento, Duarte vende sobretudo online e está presente também em duas lojas fora de Portugal. A criadora destaca o momento em que Sara Sampaio usou uma peça da marca, durante a semana de alta-costura de Paris e a mostrou aos seus seis milhões de seguidores: “Sentimos uma grande diferença, porque não só compraram a peça que ela usou como compraram várias outras”, descreve.

De resto, da plataforma Lab, apresentaram Carolina Machado e Morecco. Na segunda participação no calendário oficial (antes passou pelo Sangue Novo), a jovem criadora mostrou uma colecção de mulher que reflecte sobre “a forma como o conceito de casal tem evoluído”. “Inicialmente tinha uma ideia para esta colecção de ser super romântica e feminina, só cor-de-rosa e vermelho, só que à medida que fui desenvolvendo apercebi-me que se calhar a minha versão de uma colecção romântica e feminina não era assim”. O resultado foi uma colecção de tons neutros, com alguns toques de cor. Já Morecco apresentou uma colecção que foi buscar inspiração à “imagem de um acelerador de partículas e de outros elementos da física molecular”. A apresentação estava marcado para a Estufa Fria, mas acabou por acontecer de improviso (por razões meteorológicas) no Pavilhão Carlos Lopes.

No primeiro dia, destacava-se o nome de Aleksandar Protic, um dos criadores mais conceituados e que há mais tempo apresenta na ModaLisboa. Para a estação de Inverno criou uma colecção completamente preta, que teve como ponto de partida a actriz americana de cinema mudo do início do século XX Theda Bara. “Encontrei muitas fotos dela. Queria estudar essa mulher forte, com um grande carácter. Resolvi fazer tudo menos preto, brincar mais com formas”, explica o criador.

A 50.ª edição da ModaLisboa continua no sábado e domingo, com criadores como Luís Cravalho, Nuno Gama, Filipe Faísca, Kolovrat e Dino Alves.

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