Paquistaneses obrigados a declarar a religião nos documentos oficiais

Os que se recusarem a declarar a suas crenças podem ser acusados de traição. Organizações de defesa dos direitos humanos falam em ataque à liberdade religiosa.

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Reuters/MOHSIN RAZA

Um tribunal paquistanês decidiu nesta sexta-feira que todos os cidadãos têm de declarar a sua religião quando pedem os respectivos documentos de identificação e quando se candidatam a cargos públicos. Os movimentos de defesa dos Direitos Humanos dizem que esta medida serve para perseguir as minorias religiosas no Paquistão.

A decisão vai aumentar a pressão sobre a comunidade Ahmadi, cujos membros estão proibidos por lei de se considerarem muçulmanos ou utilizar símbolos islâmicos nas suas cerimónias.

A última instância judicial de Islamabad decidiu ainda que os cidadãos que se recusarem a declarar a suas crenças podem ser acusados de traição ao Estado.

O representante da Human Rights Watch, Saroop Ijaz, afirmou, citado pela Reuters, que o juiz “não só está a atacar a liberdade religiosa de toda a gente no Paquistão como estão a centrar-se num sector em particular, que são os Ahamdis”.

Insultar o Profeta Maomé é punível com pena de morte no Paquistão e mesmo o mais simples rumor de blasfémia deu já azo a manifestações violentas.  

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