Primeiro curso português de doutoramento em Estudos de Género nasce este ano

Criado pelo ISCSP e Universidade Nova, arranca já em Outubro.

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Sibila Lind

Este ano, Portugal terá o seu primeiro curso de Doutoramento em Estudos de Género. É uma iniciativa nascida do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) e da Faculdade de Direito (FD) e da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL), e começará já em Outubro de 2018.

Anália Torres, do ISCSP, e Teresa Pizarro Beleza e Manuel Lisboa, da UNL, são os ideólogos do doutoramento, que se junta assim ao Doutoramento Estudos Feministas da Universidade de Coimbra, mas que é o primeiro a focar-se no género. Para Anália Torres, coordenadora do pioneiro Centro Interdisciplinar de Estudos de Género (CIEG) do ISCSP, o projecto é algo com que se congratula mas é “um símbolo”, na tardia concretização, “de como a universidade tem estado afastada desta área, embora haja muitos investigadores e investigadoras que se dedicam aos estudos de género” em Portugal.  

Agora, o CIEG do ISCSP, o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais  (CICS.NOVA da FCSH) e o Centro de Investigação e Desenvolvimento Sobre Direito e Sociedade (CEDIS, da FD) unem-se para um doutoramento focado no género.

“O género está presente no discurso das ciências sociais e humanas em Portugal desde a década de 1990, apesar de ausente como área de investigação autónoma na academia”, escreviam já em 2014, na revista Faces de Eva, Lígia Amâncio e João Manuel de Oliveira no artigo Ambivalências e desenvolvimentos dos estudos de género em Portugal.

Contrasta com a maioria dos países europeus, em que “quase todas as universidades têm um doutoramento em Estudos de Género”, lamenta. Nos últimos anos, mais precisamente entre 1990 e 2017, o número de cursos superiores sobre Estudos de Género ou Estudos das Mulheres aumentou mais de 300% nos EUA, segundo dados do National Center for Educations Statistics. A criação do curso de doutoramento, elogia Manuel Lisboa, director do Observatório Nacional de Violência e Género e professor da FCSH/UNL, “é um marco”.

Notícia corrigida a 5 de Março: corrige-se e completa-se o nome dos fundadores e ideólogos do curso e das instituições envolvidas  

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