Facebook perguntou se devia deixar homens pedir fotografias sexuais a adolescentes

O inquérito foi feito a alguns utilizadores, mas durou menos de um dia. A rede social pediu desculpas.

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Nenhuma das perguntas sugeria envolver as autoridades Fabio Augusto/arquivo

O Facebook lançou este domingo um inquérito a algumas centenas utilizadores que usam a plataforma em inglês a perguntar se a rede social devia autorizar utilizadores do sexo masculino a pedir fotografias de cariz sexual a raparigas adolescentes. Acabou por retirá-lo rapidamente, após críticas.

A rede social perguntava: “Pensando num mundo ideal em que pudesse definir a política do Facebook, o que faria sobre esta situação: uma mensagem privada em que um homem adulto pede a uma rapariga de 14 anos fotografias sexuais?” Havia quatro respostas possíveis, que variavam entre “Este conteúdo não devia ser permitido no Facebook, ninguém deveria poder vê-lo” e “Este conteúdo devia ser permitido, e eu não me importaria de o ver.”

Outra questão perguntava quem é que devia ter o poder de decidir as regras: os utilizadores ou o Facebook. Nenhuma mencionava as autoridades ou serviços de protecção de menores. 

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O inquérito já foi removido

Esta segunda-feira, a rede social admitiu que foi “um erro”. A pergunta foi partilhadas e criticadas no Twitter, incluindo por um dos editores do jornal britânico The Guardian, que alertou para o problema. A forma superficial e leviana com que a rede social abordou a temática de assédio e abuso sexual de menores foi um dos grandes problemas apontados.

“Lançamos vários inquéritos para perceber como a nossa comunidade pensa sobre as nossas políticas”, justificou Guy Rosen, o vice-director de produtos do Facebook, numa publicação do Twitter onde se desenrolou o debate. Aparecem, ocasionalmente, no topo do feed de notícias dos utilizadores. Nos últimos tempo, o Facebook tem enfrentado várias controvérsias: desde a popularidade de notícias falsas na plataforma, à presença de propaganda russa. Por isso, no começo de 2018, Mark Zuckerberg adoptou como resolução de ano novo “consertar os problemas” do Facebook.

A rede social admite, porém, que este inquérito não foi um passo na direcção correcta. “Mas este tipo de actividade é e continuará sempre a ser completamente inaceitável no Facebook. Trabalhamos regularmente com autoridades quando identificamos problemas", diz Rosen.

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