Restrições à Celtejo foram prolongadas por mais 30 dias

Tendo verificado melhorias nas condições de laboração na ETAR da empresa, o Ministério do Ambiente reduziu de 50% para 30% a limitação nos efluentes que a Celtejo pode rejeitar para o rio Tejo.

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Um manto de espuma que cobria o rio Tejo foi detectado junto ao açude de Abrantes a 24 de Janeiro (aqui fotografado dois dias depois) LUSA/PAULO CUNHA
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Um manto de espuma que cobria o rio Tejo foi detectado junto ao açude de Abrantes a 24 de Janeiro (aqui fotografado dois dias depois) LUSA/PAULO CUNHA
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A Celtejo - Empresa de Celulose do Tejo localiza-se em Vila Velha de Rodão Ricardo Lopes
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A Celtejo - Empresa de Celulose do Tejo localiza-se em Vila Velha de Rodão Ricardo Lopes

Durante mais 30 dias a Celtejo vai ter que limitar as suas descargas de efluentes para o rio Tejo. O Ministério do Ambiente prolongou as medidas provisórias impostas à empresa de celulose de Vila Velha de Ródão, impondo agora uma redução de 30% do caudal efluente a rejeitar. Mas esta limitação, avisa o Governo, pode voltar a ser de 50%, como acontecia até agora, caso se agrave a qualidade da água do Tejo, que neste momento é considerada "boa".

A Celtejo viu as suas descargas de efluentes – e consequentemente a produção – limitadas para metade na sequência da mancha de poluição detectada no Tejo a 24 de Janeiro. A limitação das descargas foi uma das medidas provisórias impostas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à empresa com vista à revisão do seu título de utilização dos recursos hídricos. Desde então, as autoridades do Ambiente têm renovado esta restrição, agora reduzida para 30%.

O Ministério do Ambiente nota, em comunicado, que “tendo-se verificado uma melhoria das condições de laboração na Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais da empresa, durante o próximo mês a limitação do caudal passa para 30% do valor inscrito na licença inicial, ou seja, o caudal fica limitado a um valor máximo diário de 10.500 m3/dia”.

No entanto, caso o valor de oxigénio dissolvido na barragem do Fratel desça abaixo dos 6 mg/l, a Celtejo volta a ser obrigada a reduzir para metade as suas descargas de efluentes. A empresa, que sempre recusou ser responsável pela poluição visível no rio em Janeiro, e que assegura cumprir a lei, disse, anteriormente, que a continuarem em curso as actuais reduções à produção, a fábrica de Vila Velha de Ródão “é inviável”. 

"Maior restrição quanto às cargas a rejeitar"

Recuando no historial de autorizações e restrições: antes do episódio de poluição e segundo a licença inicial, a Celtejo estava autorizada a rejeitar por dia 15.000 m3 de efluentes. Depois de Janeiro, quando a "concentração de oxigénio dissolvido na albufeira de Fratel foi de apenas 1,1 mg/litro", recorda o Ministério do Ambiente, foi imposta uma redução das descargas a um máximo de 7500 m3/dia.

A restrição agora revista, que entra em vigor nesta quarta-feira e se prolonga até 7 de Abril, implica ainda uma redução da concentração do parâmetro de carência bioquímica de oxigénio (CBO5), que passa a ser de 1,6 kg por tonelada de pasta de papel produzida (kg/tSA).

Este valor "era inicialmente de 2,5 kg/tSA e durante os últimos 40 dias foi de 1,8 kg/tSA". Isto quer dizer, nota a tutela, que "com o aumento do caudal de efluente agora permitido é exigida uma maior restrição quanto às cargas a rejeitar."

Em comunicado, o ministério avança ainda que, tendo como base as análises diárias feitas pela APA, a qualidade da água do Tejo "se pode considerar como boa". Isto porque há cerca de um mês que a concentração de oxigénio na água não baixa dos 7 mg/litro, sendo que o "limite mínimo de qualidade é de 5 mg/l".

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