ProfJam e uma boa pedra nas aulas

O videoclipe que esta semana é aqui destacado na única galeria deste género audiovisual em Portugal, a partir dos links que as pessoas adicionam em VIDEOCLIPE.PT, foi apenas o terceiro que lá chegou do rapper ProfJam, o nome pelo qual Mário Cotrim é tratado na instituição do hip hop nacional. A sua instrução sobre essa matéria tem mais anos, mas é desde 2016 que este "profe" começa a lecionar com uma "pasta" editorial própria (Think Music). Colocado naquele quadro que por cá tem esticado a estética bass ao género musical, juntamente com Mike El Nite, MGDRV, Nerve, etc, etc, naquele veículo primordial pelo qual hoje se transmite ao público estas matérias das batidas e das rimas, ou seja, o videoclipe, as fórmulas ainda estavam por esticar. No anterior Mortalhas havia apenas um padrão formatado da velha escola: poses e maneirismos miméticos, apesar da boa imagem. Curiosamente, há meses destacámos uma boa "receita" visual para um hip hip pedrado e agora, com este Yabba, ProfJam tem já uma base ficcional e algo mais natural para enquadrar para a câmara o seu "flow speedado", arrítmico, dopado e de rimas cifradas. Mas talvez se deveria reparar que o autor do manual visual pelo qual o rapper dá esta aula, sobre a moca da vida e dos poderes "maçónicos" da música — daí a régua, o compasso e rituais malditos —, é o mesmo André C. Santos que já aqui evidenciava o saber sobre a forma como estes "profes" devem bem lecionar através dos videoclipes.