Festival Literário de Macau cancela convites a escritores por temer que sejam barrados à entrada

O convite foi retirado a um antigo agente dos serviços secretos americano, à escritora sino-americana Jung Chang e à coreana-norte-americana Suki Kim.

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Jung Chang, autora de Cisnes Selvagens Enric Vives Rubio

 A organização do Festival Literário de Macau cancelou os convites feitos a alguns escritotes por temer que sejam barrados à entrada. As autoridades de segurança pública afirmaram à Lusa desconhecer a situação.

"Fomos informados oficiosamente de que não era oportuna a vinda de três escritores convidados, não estando assegurada a sua entrada em Macau", afirmou o director de programação do festival.

Hélder Beja referia-se ao antigo agente dos serviços secretos norte-americanos (CIA) James Church, à sino-britânica Jung Chang e à coreana-norte-americana Suki Kim.

Confrontadas com estas declarações, as autoridades de segurança pública de Macau disseram à Lusa: "Desconhecemos essa informação".

"Não quisemos colocar os escritores na situação de não conseguirem entrar em Macau e decidimos cancelar o convite", disse Hélder Beja.

Jung Chang é a autora de Cisnes Selvagens-Três filhas da China, Suki Kim passou seis meses infiltrada na Coreia do Norte, e James Church é escritor de romances policiais.

A dissidente e activista dos direitos humanos norte-coreana Hyeonseo Lee, que fugiu da Coreia do Norte em 1997, quando tinha 17 anos, cancelou a presença no Festival Literário de Macau-Rota das Letras, "por motivos de ordem pessoal", de acordo com um comunicado da organização, divulgado previamente.

O Festival Literário de Macau foi fundado em 2012 pelo jornal em língua portuguesa Ponto Final. Vai realizar-se entre 10 e 25 de Março.

 

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