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“Eu tenho algumas coisas a dizer”. O retrato dos artistas na hora da vitória
O discurso mais acutilante da noite dos Óscares veio de onde se esperaria: Frances McDormand. A protagonista de Três Cartazes à Beira da Estrada, vencedora da estatueta para a Melhor Actriz, pediu às mulheres no Dolby Theatre que estavam nomeadas em alguma das categorias para se levantarem, exigindo oportunidades iguais para toda aquela panóplia de artistas – de produtoras a técnicas de som. “Olhem à vossa volta, senhoras e senhores, porque todas temos histórias para contar e para serem financiadas”, disse, antes de deixar cair duas palavras: “inclusion rider”, dando corpo à defesa de quotas ou condições contratuais que dêem diversidade ao cinema.
Frances McDormand não foi a única a ter o seu momento político em cima do palco. O mexicano Guillermo Del Toro, melhor realizador por A Forma da Água, aproveitou o seu tempo no palco para lembrar que a arte, e cinema em particular, servem para esbater fronteiras. “Sou um imigrante… como muitos de vocês”, disse. “Uma das melhores coisas que a arte faz – e a nossa indústria fá-lo – é apagar linhas traçadas na areia. Devemos continuar a fazê-lo quando o mundo nos diz para as tornar mais profundas”.