Quando a arquitectura é feita de heróis

Nos últimos 30 anos, enquanto a arquitectura se tornou central no discurso cultural em Portugal, assistimos à afirmação da Escola do Porto. Houve muita coisa construída e dois prémios Pritzker, sem que os arquitectos tenham sentido que era preciso “matar o pai”. Mas, entre os especialistas, alguns defendem que chegámos a uma encruzilhada, provocada pela “deusificação” de alguns arquitectos.

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Pavilhão de Portugal (1998), de Álvaro Siza, construído no recinto da Expo-98, em Lisboa NELSON GARRIDO

O que é que o músico canadiano Leonard Cohen e o arquitecto português Álvaro Siza têm em comum? A pergunta foi um artifício usado pelo curador e arquitecto Nuno Grande numa conferência em Montreal para defender Siza como um "poeta universalista", a tese que já tinha apresentado em Paris na exposição Les Universalistes. 50 ans d’architecture portugaise.

O cantor e poeta canadiano, que nasceu e voltava a Montreal sempre que podia, escolheu comprar casa no bairro português Little Portugal, por causa do ambiente de trocas culturais que aí encontrava, conta Nuno Grande. "Comecei por definir essa condição universalista e heteronímica da melhor cultura portuguesa, falando de Fernando Pessoa, Miguel Torga, Eduardo Lourenço e situando a obra de Siza nesse contexto", explicou sobre a conferência proferida há duas semanas na Universidade de Montreal dedicada ao mais internacional dos arquitectos portugueses, que escolheu guardar parte importante do seu arquivo no Centro Canadiano de Arquitectura da mesma cidade.

Quando a exposição que foi a Paris for mostrada em Abril na Casa da Arquitectura, em Matosinhos, um grande ciclo de debates intitulado Herdeiros ou heréticos? quer envolver arquitectos de todas as idades, mostrando como essa qualidade "universalista" está presente na melhor arquitectura portuguesa: "Para mim, as duas características que se mantêm entre gerações são a ‘continuidade’ e a ‘universalidade’. Uma arquitectura que sempre esteve em contacto com as geografias e as culturas do ‘outro’, mediando aquilo a que aprendemos a chamar ‘local’ e ‘global’. Siza é o seu melhor exemplo: não é regionalista, nem vive deslumbrado com a globalização. É universalista."

Os arquitectos que surgiram nos últimos 30 anos falam de continuidade e são, então, herdeiros: "Nunca sentiram a necessidade de ‘matar o pai’. Isto é, aprenderam numa escola, ou num atelier, a trabalhar com alguém, de uma geração anterior, dele tirando partido para construir o seu próprio futuro. E os mais consequentes são simultaneamente ‘herdeiros’ e ‘heréticos’ dessa herança recebida. Não copiam o ‘mestre’, são antes rebeldes ‘discípulos’ que souberam traçar o seu próprio caminho sem ter de fazer uma revolução à chinesa."

Nuno Grande recua até ao Plano de Reconstrução do Chiado, já no final da década de 1980, como o momento-charneira em que a arquitectura se posicionou para ocupar um lugar central na cultura portuguesa que agora parece um dado adquirido. Perante a catástrofe do incêndio, o presidente da Câmara de Lisboa convidou o arquitecto do Porto para dirigir a equipa que devia reconstruir o centro histórico. Siza tinha acabado de ganhar, lembra o curador, o Prémio Mies van der Rohe, na primeira edição do galardão europeu, em 1988.

"Siza acabaria por realizar uma reabilitação silenciosa e criteriosa desse tecido iluminista, conseguindo ser mais ‘pombalino’ do que os engenheiros militares do Marquês de Pombal, como é seu apanágio quando evoca a geografia e a cultura dos lugares onde intervém." Isso, lembra Nuno Grande, irritou muitos arquitectos pós-modernos, que até aí tinham marcado a paisagem da Lisboa de Krus Abecasis, o então presidente da câmara. O Plano do Chiado, apresentado numa exposição em Bruxelas comissariada pelo historiador de arquitectura Paulo Varela Gomes, durante a Europália-1991, "recolocou a arquitectura portuguesa no centro do debate cultural nacional e internacional", depois da visibilidade obtida no período pós-revolucionário com o famoso projecto do SAAL, e "terá mesmo valido a Álvaro Siza o Prémio Pritzker de 1992".

Delfim Sardo, responsável pela programação de artes plásticas na Culturgest e um curador que costuma trabalhar temas que cruzam as artes visuais e a arquitectura, também recorre ao Chiado e ao convite a Siza como um momento importante que trouxe um problema de arquitectura para o espaço público: "Vai-se construindo um discurso sobre uma determinada poética da arquitectura, assumindo-se claramente que existe um ponto de vista autoral em muitos arquitectos portugueses."

Até ao Chiado, recorda Delfim Sardo, o arquitecto mais conhecido, mesmo pela presença física das obras, era Tomás Taveira, autor das Torres das Amoreiras, em Lisboa, e representante de um pós-modernismo mais formalista. "Ele tinha trazido uma imagem marcante para a cidade, consentânea também com o período em que desenvolveu os seus projectos, mas a geração de João Luís Carrilho da Graça e de Eduardo Souto de Moura, e depois dos Aires Mateus, é aquela que afirma, na esteira do Siza — porque todos eles se revêem no Siza —, uma especificidade da prática arquitectónica em Portugal como uma prática poética por oposição a uma prática mais industrial."

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Estádio Municipal de Braga (2003), de Eduardo Souto de Moura NELSON GARRIDO

Duas décadas depois de Siza, Eduardo Souto de Moura ganha também o Prémio Pritzker, destacando os responsáveis pela distinção mais importante na área da arquitectura o Estádio Municipal Braga, um dos dez feitos ou refeitos para o Euro-2004.

"Nos últimos 30 anos, há uma espécie de reconhecimento do carácter de excelência da arquitectura portuguesa", continua Delfim Sardo, que fez em Serralves a primeira grande exposição dedicada ao SAAL. "Por um lado, como é que um país tão pequeno tem dois prémios Pritzker e esta densidade de arquitectos por habitante. Por outro, há o fenómeno da solidificação da chamada ‘Escola do Porto’, com um discurso muito próprio, muito vincado, sobre um determinado cânone de prática de arquitectura."

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CCB (1992), de Vittorio Gregotti e Manuel Salgado PEDRO CUNHA/ARQUIVO

Obras do regime e polémicas

Para André Tavares, que programa no Centro Cultural de Belém a área de arquitectura na Garagem Sul, a principal razão para a afirmação da arquitectura nas últimas décadas é a quantidade colossal de construção que se fez em Portugal. "Os milhões de casas, as escolas e os hospitais, equipamentos desportivos, teatros e bibliotecas, os tribunais e os shoppings… a lista é infindável." Nuno Grande chama-lhe "a forma quotidiana de a arquitectura contemporânea entrar no senso comum", porque "os fundos estruturais vindos de Bruxelas permitiram ao país infra-estruturar-se e reequipar-se", sobretudo nas capitais de distrito.

Nuno Grande defende que as grandes obras públicas emprestaram uma mediatização nova à arquitectura, principalmente numa capital de um Portugal ex-colonial que "procurava também afirmar-se política e economicamente no panorama global". Lembra a construção da sede da Caixa Geral de Depósitos e da Torre do Tombo, ambas de Arsénio Cordeiro, e o Centro Cultural de Belém, de Vittorio Gregotti e Manuel Salgado, ou mais tarde a Expo-98. Na Exposição Mundial de Lisboa, como depois com a Porto 2001, os arquitectos portugueses confrontaram-se com as obras dos arquitectos globais como Santiago Calatrava (Gare do Oriente) ou Rem Koolhaas (Casa da Música).

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Sede da EDP (2015), em Lisboa, do atelier Aires Mateus RUI GAUDÊNCIO

Além de Siza, alguns dos seus protagonistas, de Carrilho da Graça a Gonçalo Byrne, passando por Eduardo Souto de Moura, vão começar, aos poucos, a ter encomenda no estrangeiro. De uma geração mais nova, Manuel Aires Mateus, que ganhou recentemente o Prémio Pessoa, tem muita da sua obra relevante construída fora, como também dá aulas na Accademia di Architettura de Mendrisio, na Suíça.

Mas quem é que se lembra de que há 25 anos o custo do Centro Cultural de Belém — 40 milhões de contos (200 milhões de euros) — levou a que chamassem à obra onde se instalou a primeira presidência portuguesa da CEE "Belém-Quibir" ou um dos "elefantes brancos do cavaquismo"? "Todos estes projectos geraram polémica pública, muito alimentada pelos fazedores de opinião nos jornais, como Paulo Portas, Miguel Sousa Tavares ou António Barreto, que escreveram sobre as obras do regime, sobretudo durante a chamada ‘década cavaquista’ (1985-1995)", diz o curador Nuno Grande.

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Casa da Música (2005), no Porto, de Rem Koolhaas NELSON GARRIDO

Se essa encomenda pública, defende por seu turno André Tavares, deu espaço para uma geração, como a de Manuel e Francisco Aires Mateus, desenvolver o seu trabalho, a verdade é que os protagonistas das últimas décadas foram alguns arquitectos, mas não a arquitectura: "A deusificação de Álvaro Siza e de Eduardo Souto de Moura, por mais que eles mereçam, tem esvaziado o sentido com que a arquitectura é transmitida, partilhada e debatida. Entre os arquitectos, todos querem ser o próximo ‘génio’, mas num plano social confunde-se autoria com assinatura." Essa arquitectura feita de heróis, defende Tavares, faz com que se esqueça a responsabilidade dos clientes, das administrações e, por último, da própria sociedade. "A arquitectura é desenhada por arquitectos, mas é feita por todos. A mediatização da arquitectura tem esquecido esse papel importante, que é discutir o que são as obras: como transformam os espaços em que vivemos, como moldam a nossa economia, como constroem símbolos."

Celebridades

Pedro Gadanho, director do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), inaugurado no final de 2016 e autor do livro Arquitectura em Público: 15 anos de expansão mediática nas páginas de um jornal português (2010), que faz um estudo sobre a mediatização da arquitectura portuguesa vista através do jornal PÚBLICO, defende que a apreciação da arquitectura passou a regular-se muito por questões de celebridade. "Tendo nós um grande criador que é o Álvaro Siza, com uma apreciação internacional muito grande e com um reconhecimento entre pares realmente muito forte, a qualidade desse arquitecto foi também acompanhada por um fenómeno de grande ressonância mediática. Siza tornou-se uma espécie de herói, à semelhança de áreas como a literatura ou como o cinema, como é o caso de José Saramago ou de Manoel de Oliveira."

Com a duplicação do Pritzker na figura de Eduardo de Souto de Moura, posterior ao livro de Gadanho sobre a mediatização da arquitectura na imprensa, reforça-se a atenção internacional sobre a Escola do Porto: "Num primeiro momento, acho que essa mediatização mais genérica que estudava através do PÚBLICO é obviamente positiva, porque multiplica o tal efeito a partir dos protagonistas. Um efeito de divulgação e de presença no espectro social que acaba por levar à presença do arquitecto de uma forma mais disseminada na sociedade."

Mas com isso Pedro Gadanho esperava também que a arquitectura portuguesa começasse a mostrar outras facetas, vozes que contassem outras histórias: "Vemos isso a acontecer durante os anos em que eu estava a fazer o estudo, correspondendo também ao momento em que eu e o Luís Tavares Pereira apresentámos a exposição Metaflux [Bienal de Veneza em 2004], onde analisámos precisamente a divisão entre um campo muito ligado à Escola do Porto, ou, como dizia o [professor de Teoria da Arquitectura] Manuel Mendes, à Escola Porto(guesa), que identifica a arquitectura portuguesa à arquitectura do Porto, e ao mesmo tempo analisamos o nascimento de alternativas, de gerações mais novas, que de certo modo apontavam para uma potencial diversidade."

Sem excepções

A Veneza, na edição posterior a Siza ter sido distinguido com o prémio para o melhor projecto com a Fundação Iberê Camargo (Brasil), chegam dois grupos distintos, que pretendiam mostrar genealogias diferentes na arquitectura portuguesa: "Cinco arquitectos que pertenciam muito ao reconhecimento internacional da escola portuguesa e cinco arquitectos que apresentavam novas hibridezes, por causa do Erasmus, da passagem por outras escolas, etc." No primeiro grupo estavam os ateliers Guedes+deCampos, Inês Lobo, João Mendes Ribeiro, Promontório Arquitectos e Serôdio, Furtado &Associados. No segundo, A.S.* Atelier de Santos, Bernardo Rodrigues, marcosandmarjan architects, Nuno Brandão Costa e S’A Arquitectos.

Doze anos depois, comenta o director do MAAT, essa diferença foi um fogo-fátuo: "Hoje em dia há uma muito maior homogeneização daquilo que é a arquitectura portuguesa. Não há excepções, é tudo escola portuguesa, ou assim parece. Portanto aí, sim, houve um efeito perverso dessa mediatização, porque acabou por se eliminar aquilo que eram potenciais focos de diversidade."

Na obra de Manuel Aires Mateus, que tem atelier em Lisboa, Pedro Gadanho não vê uma alternativa a sul: "Vejo zero vozes divergentes. A Escola de Lisboa desapareceu. Se compararmos com outras linguagens de outros países, é fácil de perceber como os Aires Mateus estão próximos de Siza, de Souto Moura e de alguns outros. Pode haver outros temas conceptuais, mas o léxico, que tem também que ver com uma linguagem mediterrânica, continua sempre a ser o mesmo."

Se não há uma escola a sul, na lógica da tese dos "herdeiros e heréticos" que Nuno Grande vai defender na Casa de Arquitectura, este último arquitecto encontra vários ateliers que produziram novos protagonistas: "Estou a falar dos ateliers de Gonçalo Byrne, Vítor Figueiredo, Manuel Tainha, Carrilho da Graça ou Graça Dias, que conseguiram lançar nomes como Manuel e Francisco Aires Mateus, João Pedro Falcão de Campos, Inês Lobo, Pedro Domingos, Ricardo Bak Gordon, Patrícia Barbas, Pedro Maurício Borges, Alexandre Marques Pereira, José Neves, João Maria Trindade, Pedro Ravara ou Diogo Burnay, entre outros."

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Museu dos Coches (2012), em Lisboa, do brasileiro Paulo Mendes da Rocha e de Bak Gordon DANIEL ROCHA

Já André Tavares resiste a falar de Escola do Porto por oposição a Lisboa: "Essa separação em que no Porto se pintava tudo de branco com janelas às tirinhas e em Lisboa se pintava tudo às cores é um bocado simplista. A Escola do Porto foi uma invenção para resolver um problema de identidade de um grupo, por oposição a Lisboa, num contexto de combate político no início dos anos 1980. Não há, nunca houve, uma maneira de fazer ‘à Porto’ e uma maneira de fazer ‘à Lisboa’, havia grupos de interesse opostos que aproveitaram contextos de produção diferentes para se diferenciarem. Tudo isso se esbateu assim que os fundos comunitários permitiram construir auto-estradas."

O fundamental não é a linguagem

Se voltarmos aos Aires Mateus, exemplifica André Tavares, os dois irmãos fizeram o "tirocínio" com Byrne, cuja filiação na cultura italiana é semelhante à da Escola do Porto, com Nuno Portas, o mentor do SAAL, à cabeça. "Podíamos tentar opor Lisboa, com o pós-moderno e uma visão formalista, e Porto, com uma visão mais urbana e sociológica. Mas isso só funciona entre alguns grupos, porque também havia pós-modernos a fazer frontões no Porto, como havia arquitectos socialmente empenhados em Lisboa. Os Aires Mateus filiam-se nessa visão informada e internacional da arquitectura, que por simplificação ficou associada ao mito da Escola do Porto."

Se é um facto que os grandes arquitectos portugueses optaram por ficar a trabalhar em território nacional, nota Delfim Sardo, criando as tais genealogias intergeracionais que durante muito tempo foi difícil encontrar nas artes plásticas, mais recentemente a arquitectura portuguesa passou a ter arquitectos migrantes.

É disso exemplo Ivo Barão, que fundou um atelier na Suíça em 2010 com Peter Hutter. Mas André Tavares, que escolheu para o PÚBLICO o nome de Ivo Barão num dossier publicado esta semana sobre os nomes de que vamos falar nos próximos anos, é pessimista em relação aos resultados de uma mediatização em volta dos protagonistas: "Um dos efeitos dessa sobreexposição da arquitectura é que as gerações mais novas andam todas a patinar. Por um lado, não têm trabalho e vários anos sem encomenda foram mortais, com os melhores a emigrarem ou a desaparecerem noutras profissões. Por outro lado, as expectativas são muito altas. E, para complicar, as instituições andam todas atrás do andor, por assim dizer. Como se fosse responsabilidade de Siza e de Souto de Moura levar todos os arquitectos portugueses às costas. Essa obsessão por encontrar as novas estrelas, por criar a próxima linguagem, faz-nos esquecer que o fundamental da arquitectura não é a linguagem, mas a capacidade de responder e encontrar soluções para problemas muito objectivos: ‘Como construir isto que queremos construir?’ A linguagem é uma consequência da resposta, não é a arquitectura propriamente dita."

Assim, apesar de o discurso da arquitectura ocupar um lugar central, a profissão, a legislação e a prática da construção ignoram essa posição. "Daí ser cada vez mais difícil fazer arquitectura e, a par da celebração, praticar-se o desprezo pela arquitectura e pelo trabalho dos arquitectos."

Último exemplo, lembramos, poderá ser a derrota com a aprovação do projecto de lei que repõe a possibilidade de os engenheiros formados até 1988 assinarem projectos de arquitectura.

Entre as gerações mais novas, entre os arquitectos formados em massa pelas mais de 20 escolas de arquitectura que chegaram a existir em Portugal no final de 1990, Nuno Grande encontra uma nova forma de trabalho em rede, criando colectivos de arquitectos, que foge às velhas lógicas de transmissão por linhagem dos antigos ateliers: "Participam em exposições internacionais, lançam projectos efémeros, criam redes de interesse."

Sobre o que vem aí, este curador, que não gosta de fazer futurologia, tem já uma certeza: "A centralidade cultural da arquitectura portuguesa será feita de múltiplas polaridades no futuro. Haverá vias lácteas e constelações de pequenas e grandes estrelas a trabalhar ao mesmo tempo, desde que haja investimento público e privado. Não falo apenas de equipamentos públicos ou de lugares para o turismo, o grande debate económico do momento! Falo de concursos de arquitectura para o desenho urbano e para as infra-estruturas urgentes nas cidades; falo do repovoamento das cidades no interior; falo de novas políticas sociais de habitação e não apenas de habitação social."

Dentro de uma geração, promete Nuno Grande, Portugal conhecerá um novo Prémio Pritzker da Arquitectura. 

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