Chefes dos guardas prisionais pedem solução para prisão de Lisboa

Os guardas prisionais têm de estender o seu horário de trabalho através da realização de horas extraordinárias pagas. Presidente do sindicato admitiu ainda que os novos horários de trabalho não podem ser contestados "porque estão de acordo com a lei".

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Novo horário gera contestação no Estabelecimento Prisional de Lisboa Miguel Manso

A Associação Sindical das Chefias do Corpo da Guarda Prisional defendeu uma solução urgente para o Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), tendo em conta que é nesta prisão que o novo horário de trabalho está a gerar contestação.

Em vigor desde 2 de Janeiro nas cadeias de Lisboa, Porto, Paços de Ferreira, Coimbra, Castelo Branco e Funchal, os novos horários de trabalho estão a ser contestados pelos guardas prisionais do EPL, nomeadamente com "a recusa de prestar trabalho suplementar, que está a ser exigido pela tutela", disse à agência Lusa o presidente do sindicato.

Segundo Mateus Dias na prisão do Porto existe, neste momento, "uma ligeira contestação", mas nas restantes cadeias "a implementação do horário está a decorrer com normalidade".

Nesse sentido, o sindicato que representa os chefes dos guardas prisionais afirmou que tem de ser resolvido urgentemente o problema do EPL. "Tem de haver um entendimento entre a tutela e as estruturas sindicais para que, principalmente nos estabelecimentos prisionais de Lisboa e do Porto, exista aqui alguma medida de excepção ou temporária para resolver aquela situação", sustentou.

O presidente do sindicato admitiu ainda que os novos horários de trabalho não podem ser contestados "porque estão de acordo com a lei".

Segundo o novo horário de trabalho, dois grupos de guardas prisionais estão ao serviço entre as 8h e as 16h, e são depois rendidos por uma equipa até às 00h e por outra até às 8h.

No período entre as 16h e as 19h, que coincide com o horário das visitas, alimentação, medicação e entrada dos reclusos nas celas, os guardas prisionais têm de estender o seu horário de trabalho através da realização de horas extraordinárias pagas.

O sindicato discorda desta rendição "de dois grupos para apenas um".

A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, pediu à Direção-Geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais para fazer uma avaliação sobre "o impacto do novo horário no funcionamento dos seis estabelecimentos prisionais onde já foi implementado e os contributos de todos os envolvidos".

Depois desta avaliação, este novo horário deverá ser alargado às restantes prisões em Abril.

Na sexta-feira, a Associação Sindical das Chefias do Corpo da Guarda Prisional pediu uma reunião ao primeiro-ministro para abordar "questões dos serviços prisionais", como a falta de guardas prisionais e problemas de insegurança.

 

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