Benfica, uma tempestade perfeita no meio da tempestade

Jonas marcou três no triunfo robusto dos “encarnados” na Luz sobre o Marítimo por 5-0. Diferença para o FC Porto volta a ser de cinco pontos.

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Zivkovic, grande exibição do sérvio na Luz LUSA/ANTÓNIO COTRIM
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É muito Jonas, mas não é só Jonas. O avançado brasileiro continua a marcar como ninguém na Liga portuguesa e como nunca na sua já longa carreira, mas é preciso dizer que este Benfica é um saudável candidato ao título, não apenas pelo seu goleador, também por ter tudo no lugar. Foi o que se viu ontem na Luz, frente ao Marítimo, uma harmonia goleadora que a chuva intensa que caiu em Lisboa não abrandou, com os “encarnados” a golearem os madeirenses por 5-0, uma vitória robusta com duplo efeito, a de isolar o tetracampeão no segundo lugar — deixou o Sporting três pontos atrás — e de manter a pressão sobre o líder FC Porto, que continua cinco pontos à frente.

Jonas marcou mais três, chegou aos 30 no campeonato e está a caminho da sua melhor época desde que chegou ao Benfica. A destruição do Marítimo passou por ele. Mas também passou por André Almeida, o dono acidental do lado direito da defesa que fez duas assistências para golo, por Rafa, que tomou conta do lugar de Salvio e tem sido um “upgrade” face ao argentino, e por Zivkovic, que, finalmente, encontrou o seu espaço no Benfica a jogar fora da sua posição de origem. Foram três soluções de recurso que Rui Vitória desencantou para que o Benfica esteja na sua melhor forma da época. E ter apenas um jogo por semana também ajuda a manter as pernas frescas.

O Marítimo apresentava-se na Luz moralizado por um regresso às vitórias na jornada anterior (frente ao V. Guimarães), depois de uma série muito negra, para além de ter conseguido travar o Benfica no jogo da primeira volta (empate 1-1). As primeiras impressões que deixou foram as melhores, com uma presão alta que criava muitos problemas ao rival. A primeira oportunidade até foi do Marítimo, logo aos 4’, um remate perigoso de Correa que Varela desviou com dificuldade. Aos 11’, um livre de Ruben Ferreira não passou longe do poste. Mas foram só impressões. A partir do momento em que o Benfica entrou no jogo, o Marítimo foi ao fundo e já não voltou à tona.

Começou logo aos 16’. Rafa insiste pelo flanco direito, deixa a bola em André Almeida, que, em esforço, a consegue enviar na direcção de Jonas. O brasileiro teve espaço e bateu Charles pela primeira vez no jogo. Aos 22’, foi Grimaldo a marcar o seu primeiro golo da época, após um grande passe de Zivkovic, e, aos 35’, repetiu-se a jogada do primeiro golo, com André Almeida a cruzar para um remate acrobático de Jonas. A primeira parte ainda teve mais um golo de Jonas, o seu 30.º da Liga, na conversão de um penálti, depois de uma falta indiscutível na área maritimista, de Pablo sobre Rafa.

Com a vitória mais que segura, o Benfica abrandou, mas não deixou de dominar e ainda teve mais uma ajuda do Marítimo, que passou a jogar com menos um, aos 55’, com a expulsão de Gamboa por falta feia sobre Zivkovic — só detectada pelo videoárbitro. A goleada ficou fechada aos 81’, com um grande golo do extremo sérvio, que tem ocupado na perfeição o espaço deixado livre pela lesão de Krovinovic. Rui Vitória deve estar bem satisfeito com o que tem visto. Vinte golos nos últimos cinco jogos só podem ser um bom sinal.

 

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