Prisão perpétua para adolescente que planeava ataque terrorista

O jovem britânico de 17 anos, natural de Cardiff, planeava um ataque à semelhança do atentado em Manchester. O alvo seria um concerto de Justin Bieber.

Foto
Ataque de Manchester estaria a servir de inspiração LUSA/NIGEL RODDIS

Um jovem britânico de 17 anos foi condenado nesta sexta-feira a pena de prisão perpétua por ter planeado um ataque terrorista inspirado no atentado de Manchester que, em Maio de 2017, provocou 22 mortos, após o concerto de Ariana Grande. Lloyd Gunton irá cumprir pelo menos 11 anos na prisão antes de poder pedir liberdade condicional, conta o Guardian.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Um jovem britânico de 17 anos foi condenado nesta sexta-feira a pena de prisão perpétua por ter planeado um ataque terrorista inspirado no atentado de Manchester que, em Maio de 2017, provocou 22 mortos, após o concerto de Ariana Grande. Lloyd Gunton irá cumprir pelo menos 11 anos na prisão antes de poder pedir liberdade condicional, conta o Guardian.

Lloyd Gunton elaborou um plano inspirado no ataque terrorista de Manchester, reivindicado pelo Daesh, e tencionava aplicá-lo durante um concerto do cantor Justin Bieber, em Cardiff, um mês depois. Tal como Ariana Grande, Bieber é um cantor que move, principalmente, fãs mais jovens, sendo especialmente popular entre crianças e adolescentes.

Conta o jornal britânico que o jovem escreveu até uma carta de suicídio, já que pretendia morrer “como mártir” durante o ataque. Na carta, Gunton identificava-se como um “soldado do Daesh”. “Ataquei Cardiff porque o nosso governo continua a bombardear alvos na Síria e no Iraque. Não existirão mais ataques no futuro”, escreveu.

O plano elaborado por Gunton incluía ainda “abalroar não-crentes com um carro” e “golpear no pescoço infiéis que se opõem a Alá”. O adolescente pesquisou ainda pormenores sobre a segurança do concerto. Foi ainda acusado de ter incentivado acções de terrorismo através da Internet e condenado por posse de propaganda do Daesh.

A defesa do jovem britânico nega que Gunton estivesse a preparar um atentado terrorista e invocou que tinha apenas “um interesse estúpido” e que era apenas “curiosidade” em relação ao grupo terrorista islâmico. Argumentou ainda que não possuía qualquer cópia do Corão, que não acreditava na religião e até comia fiambre [o Islão proíbe o consumo de carne de porco].

“Queria apenas ver quão fácil era para as pessoas que têm interesse no terrorismo conseguirem informação online, uma vez que a polícia e o governo estão a tentar derrubar o terrorismo e a radicalização. Queria ver se era possível, através de o ponto de vista de outra pessoa”, justificou.

As autoridades descobriram ainda no quarto de Lloyd Gunton uma mochila com um martelo e uma faca, bem como a referida nota de suicídio.

Na sentença, o juiz disse ter a certeza de que o ataque iria acontecer em Cardiff. “Tenho a certeza que planeaste matar mais do que uma pessoa. Planeaste um massacre. No meu julgamento tenho de te atribuir uma pena indeterminada. As tuas acções mostraram um total desrespeito pela vida humana. Não consigo antever no futuro uma data em que consiga estar confiante de que não representas perigo”, afirmou o juiz.

Esta sexta-feira foi também levantada a restrição que impedia a identificação do jovem de 17 anos. Depois do julgamento, o juiz explicou que espera que o caso sirva de exemplo para jovens que revelem interesse em aceder a material extremista, dadas as preocupações acerca da facilidade com que isso pode levar a uma radicalização.