Igreja do Santo Sepulcro reabre depois de três dias de protesto

O executivo de Israel fez saber que estava aberto a negociações sobre a proposta de lei sobre propriedade na origem do protesto.

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O Santo Sepulcro encerrou portas este domingo LUSA/JIM HOLLANDER

A Igreja do Santo Sepulcro reabriu esta quarta-feira aos fiéis, depois de um encerramento de protesto que durou três dias, o maior desde 1990. A alteração na legislação sobre propriedade e a nova política fiscal de Israel que estava na origem do protesto vai ser negociada com os representantes religiosos que gerem o Santo Sepulcro, fez saber o executivo de Israel esta terça-feira.

Às 4h locais (2h em Lisboa), as portas que dão acesso ao local mais sagrado da cristandade voltaram a abrir-se, pondo fim ao protesto que começou no domingo. Na origem do protesto estaria uma proposta de lei do Governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, sobre a propriedade dos terrenos das Igrejas e um imposto municipal sobre as propriedades comerciais da Igreja. Os locais de culto estavam isentos da medida, mas não as propriedades que estão nos terrenos da Igreja (como escritórios ou hotéis), e que começaram, há semanas, a ser taxadas. O presidente da Câmara de Israel, Nir Barkat, afirmou que as Igrejas deviam à cidade mais de 150 milhões de euros em impostos não cobrados pelas suas propriedades comerciais. 

Num comunicado tornado público esta terça-feira, um comité do executivo de Israel, liderado pelo ministro da Comunicação, Tzachi Hanegbi, declarou-se disponível para negociar com os representantes religiosos e pediu ao presidente da Câmara de Jerusalém que suspendesse a taxação de impostos. Depois de recebido o comunicado, os líderes religiosos que partilham o Santo Sepulcro (católicos romanos, gregos ortodoxos e arménios) anunciaram na terça-feira à tarde que o local de culto iria reabrir na manhã de quarta-feira.

Num comunicado conjunto, os três líderes religiosos afirmam-se expectantes para ver o resultado do diálogo com o executivo de Israel: “Depois da intervenção construtiva do primeiro-ministro, as Igrejas estão ansiosas por trabalhar com o ministro Hanegbi e todos aqueles que amam Jerusalém para garantir que a nossa cidade sagrada, onde a nossa presença cristã continua a impor desafios, continue a ser um local onde três fés monoteístas (Judaísmo, Islamismo e Cristãos) possam continuar a prosperar juntas”, lê-se no comunicado, citado pela Reuters. “Agradecemos a Deus pelo comunicado divulgado anteriormente pelo primeiro-ministro e expressamos a nossa gratidão a todos aqueles que trabalharam incansavelmente para conservar a presença cristã em Jerusalém”, referiram.

A Igreja do Santo Sepulcro foi construída no local onde os cristãos acreditam que Jesus foi crucificado e ressuscitou. É um dos locais mais visitados de Jerusalém, e o seu encerramento ocorreu apenas algumas semanas antes da época pascal.

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