O país da UE com mais jovens desocupados

Mais desemprego, mais trabalho irregular e menos ajudas do Estado, esta é a realidade dos jovens em Itália.

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Reuters

O desemprego em Itália tem diminuído ligeiramente nos últimos anos e está actualmente nos 11%. Mas se somarmos os desempregados, as pessoas à procura de emprego ou gente sem trabalho a tempo inteiro, os números divulgados por Bruxelas em 2017 falam em 19,9%. O desemprego entre os jovens (abaixo dos 35 anos) também desceu de 40,3% em 2016 para 37,8% o ano passado, mantendo-se como o terceiro da UE, atrás de Grécia e Espanha – no Sul do país é de 46,6% e tem crescido.

Já quando falamos dos ‘Neet’ entre os 15 e os 30 anos (pessoas que não estudam, não estão empregadas nem em formação), a Itália é o mais com maior percentagem da União, acima dos 24%. Segundo diferentes estudos, incluindo o relatório anual Emprego e Desenvolvimentos Sociais na Europa (ESDE), os jovens italianos que conseguiram trabalho nos últimos anos têm mais probabilidade que outros europeus de ter um contrato irregular, colocando-os “num risco consideravelmente superior de insegurança laboral”.

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As desigualdades entre jovens e pessoas mais velhas podem ser gritantes em termos salariais: os italianos com menos de 30 anos ganham em média menos 60% dos que têm mais de 60 anos. Uma realidade exacerbada pelo Estado, que gasta 4% de todo o dinheiro para subsídios e ajudas sociais com as pessoas até aos 40 anos, ao mesmo tempo que usa 77,2% destes fundos nas reformas dos que têm mais de 65 anos – por isso, actualmente, os pensionistas acabam por contribuir muito para o orçamento das famílias.

Números que ajudam a explicar que cada vez nasçam menos crianças: as últimas estatísticas mostram que em 2016 nasceram 373,075 bebés no país de 62 milhões de habitantes, menos 22% do que em 2008. Os autores do ESDE sublinham que, apesar de um crescimento geral da economia, há um “fardo particularmente pesado para as jovens gerações”, uma tendência “particularmente visível em Itália”.

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