Genro de Trump perde acesso a informações confidenciais

Decisão já foi confirmada pelo advogado de Jared Kushner, que desvaloriza a decisão e diz que se integra num "procedimento normal".

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LUSA/MICHAEL REYNOLDS

Jared Kushner, genro de Donald Trump e um dos conselheiros mais próximos do Presidente norte-americano, perdeu autorização para aceder a informações confidenciais, nomeadamente ao relatório de informação dos serviços governamentais norte-americanos que é fornecido ao Presidente diariamente. A medida terá sido comunicada a Kushner na sexta-feira e foi confirmada pelo advogado conselheiro de Trump ao jornal Politico e por outras duas fontes anónimas à Reuters.

O afastamento de Kushner surge no momento em que a Casa Branca tenta impor mais restrições no acesso a informação confidencial, tal como anunciada por John Kelly, chefe de gabinete de Trump.

O relatório diário do Presidente dos EUA inclui uma série de informações altamente confidenciais, com dados sobre operações secretas, fontes e aliados norte-americanos. O genro de Trump tinha uma autorização temporária há cerca de um ano, o que lhe permitia aceder a documentos com informações classificadas em matérias reservadas.

"Ele já fez mais do que era esperado dele em todo este processo", disse o advogado de Kushner, Abbe Lowell. "Confirmei que existem cerca de uma dúzia de pessoas com o nível de acesso do sr. Kushner e cujo processo também está atrasado. Não é incomum que estes processos demorem quando entra uma nova administração. Não foram levantadas quaisquer preocupações aquando da candidatura do sr. Kushner", justificou Lowell.

O advogado acrescenta ainda que a decisão “não afecta a capacidade” de Kushner em “continuar o trabalho muito importante que lhe foi atribuído pelo Presidente”.

Outros funcionários da Casa Branca, que ainda não tinham recebido a autorização definitiva de acesso a estas informações, foram também removidos da lista de pessoas com acesso a informações classificadas.

O marido de Ivanka Trump está a ser investigado por participar numa reunião com uma advogada russa com ligações ao Governo de Vladimir Putin, ainda durante a campanha eleitoral que acabou na eleição de Trump. Escreve ainda o Washington Post esta terça-feira que as ligações que Kushner terá mantido com pelo menos quatro países, que não são nomeados, preocupam a Casa Branca.

No entanto, ressalva o Guardian, esta decisão pode não ter efeitos práticos, uma vez que Trump tem autoridade para decidir com quem partilhar as informações classificadas, incluindo Kushner. Durante a conferência de imprensa desta terça-feira, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, recusou-se a comentar a decisão.

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