Mulher ferida com gravidade ao saltar do segundo piso para fugir de incêndio

Testemunhas descrevem que ouviram explosão depois de a mulher saltar pela janela.

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Paulo Pimenta
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Uma mulher ficou gravemente ferida nesta quarta-feira depois de se lançar pela janela do segundo e último piso de um prédio na Praça Mouzinho de Albuquerque, conhecida como rotunda da Boavista, no Porto, para escapar a um incêndio que deflagrara, pouco antes, num quarto do primeiro andar. Um homem que estava com ela conseguiu sair sem se atirar, agarrando-se ao tubo das águas pluviais, sofrendo ferimentos ligeiros.

Foi pelas 18h20 que o fumo começou a sair do primeiro piso do prédio antigo, que tem no rés-do-chão uma sapataria. Minutos depois, já um fumo muito negro saía também da janela do segundo andar, de onde espreitava um casal, como algumas pessoas que se encontravam no passeio se aperceberam, em desespero.

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A partir do passeio, outro homem usou um escadote para abrir uma janela situada por cima da sapataria, mas o fumo tornou-se mais denso e negro, acabando por esconder o casal, que gritava “está a ficar muito quente”. Logo em seguida, quem estava cá fora viu a mulher cair desamparada no chão, depois de bater numa placa da sapataria. O homem desceu logo em seguida e, pouco depois, ouviu-se um rebentamento e as chamas irromperam da janela do primeiro andar. As viaturas de emergência médica e os carros do Batalhão de Sapadores Bombeiros chegaram nesta altura, encontrando-se apenas a PSP no local no momento da queda.

José Silva, de 62 anos, morador nas imediações, apercebeu-se de tudo e chamou os bombeiros assim que se começou a ver fumo, alertando os estabelecimentos comerciais. Aos jornalistas lamentou que os bombeiros tenham demorado “20 minutos” a chegar ao local. “Aquilo são quartos, não apartamentos, são quartos alugados onde vivem 20 ou 30 pessoas. Há meses que alertei a junta para esta situação, mas não se fez nada”, disse o homem que também já integrou a assembleia de freguesia de Cedofeita. Ao PÚBLICO, o presidente da União de Freguesias do centro histórico disse “desconhecer em concreto” qualquer situação envolvendo o prédio, frisando que “todas as queixas que chegam à junta seguem para a Câmara do Porto”.

Perto das 20h, o comandante do BSB e da Protecção Civil, Rebelo de Carvalho, disse aos jornalistas que o incêndio ficara circunscrito ao quarto onde começou, no primeiro piso. A essa hora continuavam os trabalhos de rescaldo. Segundo o comandante dos bombeiros, o prédio não tinha condições para receber os moradores.

Os dois feridos foram transportados para o Hospital de Santo António, depois de serem assistidos no local. 

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