Até agora, a dieta mediterrânica tem sido apresentada como uma das que contribui para um estilo de vida mais saudável, uma vez que é variada e rica em produtos hortofrutícolas. Mas um estudo levado a cabo por investigadores italianos da Universidade de Florença e publicado na Circulation, a revista científica da American Heart Association, considera que uma dieta vegetariana pode ser igualmente boa para manter o coração saudável.

Para o estudo foram observados 118 adultos com peso a mais (78% do sexo feminino e com uma média de idade de 51,1 anos), mas com risco cardiovascular baixo ou moderado. Metade do grupo fez a dieta mediterrânica e a outra metade a dieta ovo-lacto vegetariana (que inclui produtos lácteos e ovos, mas exclui a carne e o peixe). O consumo destas duas dietas durou três meses e os participantes foram fazendo exames médicos com regularidade.

No final, no peso corporal não foram observadas grandes diferenças entre as duas dietas. Quem fez a vegetariana perdeu 1,88kg (em média); quem fez a mediterrânica ficou-se pelos 1,77kg. Resultados semelhantes foram observados no índice de massa corporal e de massa gorda.

Foi a nível do colesterol lipoproteico de baixa densidade, triglicerídos e vitamina B12 que se revelaram as maiores diferenças. Perante isso, o que os investigadores concluíram é que ambas as dietas são boas para o coração, mas de maneiras diferentes. Enquanto a dieta vegetariana levou a uma queda mais substancial no colesterol "mau" que contribui para a acumulação de placa nas artérias, que é um factor de risco para ter um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral; a dieta mediterrânica originou uma queda maior nos triglicerídos, que em níveis elevados pode ser um factor de risco para as mesmas doenças.

"Conseguimos mostrar que, se uma pessoa seguir por três meses, seja uma dieta lacto-ovo vegetariana ou mediterrânica, qualquer uma é benéfica para reduzir os factores de risco cardiovascular", conclui Francesco Sofi, professor da Universidade de Florença, citado pela Time.