Vêm aí mais sete canções para a final

Este domingo à noite, a partir das 21h, o Estúdio 1 da RTP recebe, com transmissão em directo na televisão, a segunda semifinal do festival. São 13 canções a concurso, com nomes como Aline Frazão, Paulo Flores, Capicua, Tito Paris, Miguel Ângelo, Isaura e Diogo Piçarra a compor.

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Continua o caminho para a Eurovisão, que este ano não será numa longínqua capital, mas em Lisboa. Depois de, na semana passada, se terem apurado as canções defendidas por Catarina Miranda, Joana Espadinha, Joana Barra Vaz, Anabela, Peu Madureira, Janeiro e Anabela, chega a vez de se decidir, este domingo, mais uma leva de sete canções, de entre 13 a concurso, para disputarem a final no Multiusos de Guimarães a 4 de Março. Desta feita, o espectáculo, que decorre no Estúdio 1 da RTP e é transmitido em directo na RTP1 a partir das 21h, será conduzido por Sónia Araújo e Tânia Ribas de Oliveira, com Inês Lopes Gonçalves a falar com os concorrentes no green room.

Depois de um erro na outra semifinal que levou ao anúncio da aprovação da canção de Mallu Magalhães para Beatriz Pessoa, a direcção da RTP adianta: ”O processo de votação não se alterou. Como tal, e dada a natureza do erro, os procedimentos são exactamente os mesmos, aliás, como sempre tem acontecido nos últimos anos. Os profissionais da RTP mantêm-se e como em qualquer produção profissional, o nosso foco reside apenas em tomar medidas internas que aprofundem o conforto e a serenidade do processo de ponderação e verificação dos resultados.”

Tal como na semana passada, foram disponibilizados excertos de 45 segundos de cada canção no site da RTP antes da emissão. Já que mostram apenas uma parte dos temas, podem ser enganadores. Parece, contudo, continuar o tom calmo e pouco tradicionalmente festivaleiro.

Em 1985, Miguel Ângelo concorreu ao Festival com os Delfins. Todos vestidos de igual, com calças brancas a mostrar o tornozelo, interpretaram a subvalorizada (ficou em último lugar) A Casa da Praia (É Apenas um Sentimento), que nada tem que ver com a bastante electrónica Arco-Íris (Assim Cantou Zaratustra), a contribuição do músico para a edição deste ano. Desta feita, Miguel Ângelo vai só como compositor, o que dificulta as hipóteses de entrar a correr no palco e dançar animadamente. Dora Fidalgo, que cantou com os Delfins nos anos 1990 e foi à Eurovisão nos coros de Conquistador, dos Da Vinci em 1989, vai ser a intérprete. 

Na apresentação dos vocalistas do Festival da Canção em Janeiro, a rapper Capicua descrevia ao PÚBLICO a sua canção, escrita com a banda que a acompanha, como a junção de uma “forma de compor do hip-hop com uma ideia mais de canção soul". Sobre Nós, que homenageia a palavra e os poetas portugueses, foi escrita para a voz de Tamin, que tem um pé no mundo do rap e é uma das vozes dos Cais do Sodré Funk Connection. Essa banda, por sua vez, tem como baixista Francisco Rebelo, também de inúmeros outros grupos, tais como Orelha Negra, e nela também canta David Pessoa, que são, respectivamente, compositor e vocalista de outra das canções a concurso, Amor Veloz, com letra de Márcio Silva. É bem mais calma do que o currículo de ambos (que partilham também os Fogo-Fogo) poderia fazer antever. Há mais ligações entre correntes. A angolana Aline Frazão, por exemplo, já colaborou com Capicua, e escreveu agora Mensageira para Susana Travassos, dominada por piano e as influências brasileiras da compositora e da cantora.

O pop-rock radiofónico do luso-canadiano Peter Serrado, que canta Sunset, deu uma das duas canções em inglês a concurso – algo que não havia na primeira semifinal. A outra é All Over Again, de Bruno Cardoso, que lança música de dança como Xinobi, para Sequin, o projecto a solo da cantora Ana Miró, cujo excerto acaba mesmo antes daquilo que parece ser o refrão. Dentro do mesmo universo da pop electrónica está O Jardim, de Isaura para Cláudia Pascoal, que concorreu ao The Voice Portugal e canta jazz manouche/blues à frente dos M O R H U A. Ainda na electrónica, há O Voo das Cegonhas, de Armando Teixeira para Lili, com quem trabalha há 15 anos e canta nos seus Bulllet.

O popular Diogo Piçarra e Daniela Onís, que venceu o concurso Masterclass, da Antena 1 e da SPA, escolheram interpretar as suas próprias composições. O primeiro tem a delicada A Canção do Fim, com guitarra eléctrica e uma secção de cordas, e a segunda P’ra Lá do Rio, cujo excerto começa ao piano pára no momento em que a canção começa a ganhar força e a crescer.

Há ainda espaço para Anda Daí, de João Afonso – cujo tio, José Afonso, foi convidado em 1975 para escrever uma canção para o Festival e não aconteceu – com letra de José Moz Carrapa, para Rita Ruivo, com vida feita no jazz, na musica argentina e na tradição portuguesa, Patati Patata, dueto cheio de balanço composto pelo popular cantor angolano Paulo Flores para as vozes de Minnie, que já cantou com Nelo de Carvalho, e Rhayra, que participou no The Voice Angola, e Bandeira Azul, do cabo-verdiano Tito Paris com letra do brasileiro Pierre Aderne, que convidou a sobrinha Maria Inês Paris, que concorreu ao The Voice Portugal.

Além dos concorrentes, João Pedro Coimbra, dos Mesa, e Nuno Figueiredo, de Virgem Suta e Ultraleve, vão continuar a homenagem ao cancioneiro de Carlos Paião iniciada no ano passado.

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