Cartas ao director

O sibilar de uma cobra como sobremesa

Até no calendário chinês o ano de 2018 é favorável aos cães. O ano do cão abraça a nova lei que permite a entrada de animais em restaurantes. Contudo, a história está mal ladrada. Afinal, a decisão de aceitar animais em espaços fechados de restauração e bebidas cabe exclusivamente  ao proprietário, sendo apenas permitida a entrada nos estabelecimentos que tenham um dístico à entrada sinalizando a autorização de permanência. Não façamos uma tempestade num copo de água. Afinal, comer ao som do sibilar de uma cobra ou do amoroso ladrar de um pinscher, não está ao alcance de qualquer ouvido.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

100% português

Ao sábado, na RTP1, teve inicio há oito dias um programa assim chamado que nos chama a atenção que em Portugal podemos viver com tudo feito aqui e com matéria-prima nossa. Segundo os comentários que tenho ouvido está a despertar a atenção e já há longas conversas sobre começamos a corrigir atitudes perante produtos estrangeiros. Realmente, se há bom fabrico de móveis portugueses porque estarmos a escolher móveis vindo do outro lado do planeta? E os legumes, as frutas, o peixe? Para quê o feijão verde de Marrocos se o nosso é tenro e saboroso? Assim a continuar este programa irá mexer com um número significativo de portugueses. Só um pequeno reparo destes dois episódios que vi: não seria possível “desexagerar” um pouco a palhaçada e tratar este assunto com um pouco mais de seriedade e calma?

Maria Clotilde Moreira, Rio Maior

Bashar-al-Assad, um criminoso

Quer se queira ou não, a verdade é que a Europa e o mundo continuam a permitir que um criminoso com Bashar-al-Assad continue a matar indiscriminadamente civis indefesos. Por mera estratégia, tanto os Estados Unidos como a Rússia continuam a apoiar este ou aquele lado, conforme a conveniência de momento, nada fazendo de verdadeiro em busca da paz. A Europa mantém-se lamentavelmente calada. Lamento verificar que em pleno século XXI os homens continuam tão cegos, tão loucos e tão desumanos como nos tempos pré-históricos, não se revoltando contra um verdadeira chacina levada a cabo por um autêntico criminoso. E assim vai o mundo!

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Marcelo, muito bem

Exemplar em S. Tomé e Príncipe o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na Visita Oficial a assumir responsabilidades de culpa, sem “ter” que pedir desculpa “pelo massacre de pelo menos 400 são-tomenses, a 3 de fevereiro de 1953, num campo de prisioneiros junto à praia de Fernão Dias”. Junto ao mar, no monumento que evoca as vítimas - há cerca de 400 nomes inscritos em seis placas de metal viradas para o mar, mas relatos de testemunhas da época falam em mais de um milhar de vítimas em diferentes zonas da ilha -, que Marcelo Rebelo de Sousa depositou uma coroa de flores e fez um minuto de silêncio com o ministro da Cultura são-tomense ao lado. O caso, escondido pelo regime em Lisboa, nunca assumido por Portugal, foi nesta visita oficial, plenamente arcado por Marcelo Rebelo de Sousa, sendo o primeiro Presidente português a visitar o local e a falar do tema. Trata-se, sem dúvida, de mais um acto exemplar do Presidente, Marcelo, assumir responsabilidade de culpa em nome do nosso País, como o actual nosso máximo representante, mas sem ter que pedir desculpa.

Augusto Küttner, Porto

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