Companhias da Fábrica e IPP vão estar juntos num novo espaço de artes performativas

Projecto vai juntar algumas das companhias da extinta Fábrica e funcionar como uma incubadora para alunos. Poderá arrancar em Março.

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As companhias que estavam na rua da Fábrica receberam ordem de despejo em Janeiro Joana Goncalves

Os pormenores estão ainda por acertar, mas saiu fumo branco da reunião  entre algumas das companhias do extinto projecto de criação artística Fábrica e o Instituto Politécnico do Porto (IPP). Na antiga escola primária José Gomes Ferreira, cedida pela Câmara Municipal do Porto (CMP), vai mesmo ser criado um novo projecto dedicado às artes performativas, um “espaço com uma matriz diferenciadora, aberta ao ecossistema das artes e alinhada com a prestação de um serviço púbico de âmbito cultural”, de acordo com um comunicado do IPP.

O projecto vai integrar cinco das 12 companhias da extinta Fábrica da Rua da Alegria, duas estruturas que deram os primeiros passos na Rua da Alegria e artistas a nível individual. Haverá ainda espaço para diplomados da instituição, num modelo que deverá ser de coworking e tem como objectivo a “integração destes no mercado de trabalho”.

Ricardo Alves, da Palmilha Dentada, uma das companhias que poderá transitar para o novo projecto, confirmou ao PÚBLICO que há um “acordo interno” entre as duas partes, ainda que esteja por encontrar um “modelo financeiramente viável”.

O projecto instalado na antiga escola, acrescenta o IPP, poderá também “prestar serviços com carácter pontual a outras entidades” — como por exemplo o arrendamento do espaço ou a realização de eventos culturais.

As companhias da Fábrica receberam uma ordem de despejo para abandonaram a Rua da Alegria a 31 de Janeiro, sendo informadas que não seriam integradas no novo projecto do IPP. No entanto, como o PÚBLICO noticiou, a cedência da antiga escola primária José Gomes Ferreira obrigava o instituto a abrigar aquelas estruturas. Caso tal não acontecesse, a autarquia ponderava a “anulação do contrato”.

Durante as próximas semanas, companhias e o IPP irão ainda fazer várias reuniões para tentar fechar pormenores. O objectivo é que em meados de Março as companhias possam estar a instalar-se e o projecto dê os primeiros passos. 

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