PS louva crescimento sem "presença do demo", oposição alerta para euforias

João Galamba aproveita declaração política para falar sobre feitos económicos.

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João Galamba fez a declaração política em nome do PS Nuno Ferreira Santos

O porta-voz do PS congratulou-se esta quarta-feira com os níveis de crescimento económico recentes de Portugal, atestando a sua sustentabilidade, enquanto a oposição alertou para o perigo de euforias e recordou protagonistas socialistas no passado de bancarrota.

Em declaração política, no Parlamento, João Galamba, descreveu numerosos indicadores positivos de um inédito crescimento português acima da média da União Europeia neste século e o encurtamento da diferença para os diversos países "campeões" do crescimento.

"Se os últimos dois anos, afinal, não trouxeram o diabo, há quem garanta que o país ficou claramente abaixo dos resultados que poderia ter", lamentou, referindo-se a críticas de PSD e CDS-PP - "ao invés da presença do demo, parece que agora temos falta de 'espírito reformista'".

"Portugal cresce hoje de forma inclusiva e sustentável, reduzindo a pobreza e as desigualdades e investindo no futuro. É este rumo que queremos manter e aprofundar. É esse o compromisso do PS, hoje e sempre", garantiu Galamba, priorizando o equilíbrio entre controlo das contas públicas e compromissos internacionais compatibilizados com a devolução de rendimentos e direitos.

O deputado social-democrata António Costa e Silva acusou o parlamentar do PS de "capacidade criativa e imaginativa de inventar mais alguns milhões de investimento".

"Estamos muito habituados a ver o PS relembrar o passado, esquecendo sempre o seu passado de bancarrota", afirmou, referindo "níveis históricos de ausência de poupança e de crescente endividamento do país e das famílias", para condenar a reedição de "tempos de gastar alegremente e empobrecer tristemente".

A vice-presidente do CDS-PP Cecília Meireles disse que o crescimento económico de Portugal é um "bom facto, positivo", mas que "a euforia é sempre má conselheira", recordando já ter ouvido "exactamente as mesmas expressões, momentos de euforia, discursos de facilidades" por parte dos antigos primeiro-ministro e ministro das Finanças José Sócrates e Teixeira dos Santos.

"Se estamos tão bem, tão bem, por que continuamos a ter austeridade escondida nos serviços públicos, investimento público abaixo de 2015 e não se baixam impostos sobre gasóleo e gasolina?", questionou.

O comunista Paulo Sá afirmou que "PSD e CDS martelaram ideia de que não havia alternativa aos cortes de direitos e rendimentos e apressaram-se a prever o desastre", além de terem anunciado "a vinda do diabo" com a nova realidade política, mas, "felizmente, para Portugal e os portugueses, o diabo não se dignou a responder à convocatória".

A bloquista Mariana Mortágua asseverou uma certeza: "nenhum governo fará pior que PSD e CDS, durante os quatro anos de austeridade e a crise em que afundaram o país quando tiveram oportunidade de ser Governo".

"Estava profundamente errado quem defendia que era empobrecendo e sofrendo que se saía da crise. A direita estava errada e o seu programa só poderia ser salvo se houvesse uma crise e só pode fazer este discurso de que é bom mas é pouco, mas para esse discurso está cá o BE", concluiu.

Tanto PCP como BE confrontaram o PS com a necessidade de aprofundar o caminho trilhado desde Novembro de 2015, com a devolução de direitos e rendimentos, a fim de obter ainda melhores resultados de crescimento económico e diminuição do desemprego.

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