Mourinho e Fonseca postos à prova pelos imprevisíveis Sevilha e AS Roma

Manchester United e Shakhtar Donetsk fecham a primeira mão dos oitavos-de-final da Champions.

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Reuters/JASON CAIRNDUFF

Duas semanas depois de Turim e Basileia terem recebido os primeiros jogos dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, dois treinadores portugueses terão a honra de encerrar a primeira mão da eliminatória em que competem as 16 melhores equipas da competição. De regresso a esta fase da prova após quatro temporadas de ausência, o Manchester United de José Mourinho terá uma prova de fogo no sempre escaldante Ramón Sánchez Pizjuán, em Sevilha, enquanto o Shakhtar Donetsk, de Paulo Fonseca, recebe em Kharkiv a imprevisível AS Roma.

Três épocas depois de disputar pela última vez os oitavos-de-final da Liga dos Campeões — como treinador do Chelsea foi eliminado pelo Paris Saint-Germain —, José Mourinho volta esta noite a marcar presença entre as 16 melhores equipas da Europa num estádio de boas memórias para o técnico português. E no Ramón Sánchez Pizjuán, onde Mourinho conquistou a 21 de Maio de 2003 a Liga Europa pelo FC Porto, estarão, curiosamente, as duas últimas equipas que venceram essa competição: Sevilha, em 2015-16, Manchester United, em 2016-17.

Praticamente afastado da luta pela vitória na Premier League, o técnico português, que a nível interno ainda está na luta pela Taça de Inglaterra, foi questionado, na antevisão do jogo na Andaluzia, sobre as semelhanças entre este Manchester United e as duas equipas que venceram a prova sob a sua liderança. Para Mourinho, o clube inglês “está no meio”: “Venci esta competição com o FC Porto, que era uma equipa muito jovem e inexperiente, com muitos jogadores a disputarem a Liga dos Campeões pela primeira vez. O Inter era exactamente o oposto: uma equipa com muitos jogadores com mais de 30 anos, muito experimentados ao mais alto nível. Esta equipa [Manchester United] está no meio. Temos alguns com experiência, outros sem experiência”.

Sobre o adversário, Mourinho diz que o Sevilha tem “uma boa mentalidade em eliminatórias” e “é um clube de Taças”, mas para o treinador português, os “sonhos na Liga dos Campeões” começam apenas nos quartos-de-final. “Para já, ainda há um longo caminho para percorrer. Quando as equipas chegam aos últimos oito, mesmo os menos favoritos começam a perceber que tudo é possível. Mas, agora, o nosso trabalho é concentrarmo-nos numa equipa que nos colocará muitas dificuldades”, alertou Mourinho.

A realizar uma época muito inconsistente, o Sevilha chegará ao jogo desta noite com três vitórias consecutivas, mas no início deste mês os andaluzes foram humilhados no País Basco pelo modesto Eibar: 5-1. Vincenzo Montella, que substituiu no final de 2017 Eduardo Berizzo, considera que contra os ingleses os sevilhanos terão que jogar com “vontade e cabeça”, mas os principais elogios do técnico italiano foram para Mourinho: “É um grande estímulo liderar a minha equipa contra José Mourinho, que é um pioneiro. Li os livros dele e estudei as suas tácticas. Sem dúvida que é um treinador com quem devemos aprender.”

O outro jogo da noite será também um duelo táctico entre treinadores portugueses e italianos: em Kharkiv, a mais de 300 quilómetros de Donetsk, o Shakhtar, de Paulo Fonseca, terá pela frente a AS Roma de Eusebio Di Francesco. Para o técnico dos ucranianos, os romanos são uma “grande equipa com jogadores fortes” e o jogo será “intenso e táctico”.

Com boas recordações dos confrontos com italianos — o Shakhtar ficou à frente do Nápoles na fase de grupos —, Paulo Fonseca terá, tal como José Mourinho, um rival imprevisível: a AS Roma ganhou as últimas três partidas que disputou, mas nos sete jogos anteriores não tinha vencido nenhum.

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