Serena Williams revela que quase morreu após o parto

A tenista relata a sua experiência para chamar a atenção para as mulheres sem recursos que passam por situações semelhantes.

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Reuters/BRENDAN MCDERMID

Serena Wiliams partilha as difuldades que teve com o parto num artigo escrito na primeira pessoa para a CNN. "Quase morri depois de ter dado à luz", revela.

A tenista já tinha falado sobre as complicações do parto, em entrevista à Vogue, a começar com a cesariana de urgência. Até aí, tudo correu bem. Os problemas começaram no dia seguinte, ainda no hospital. Williams sentiu dificuldade em respirar, devido a coágulos de sangue que se tinham formado nos seus pulmões. Foi a própria a chamar a atenção dos médicos para esta probabilidade, dada a sua susceptibilidade a este tipo de problemas.

Foi apenas o começo de um drama que durou uma semana, descreve a Vogue: "a cicatriz recente da cesariana abriu-se por causa da tosse intensa causada pelo embolismo pulmonar e quando voltou para a cirurgia perceberam que um grande hematoma se tinha formado no seu abdómen, o resultado de um catch-22 em que os anticoagulantes que potencialmente lhe salvariam a vida causaram hemorragia no local da cesariana".

Depois de regressar a casa, a desportista teve de passar seis semanas de cama, em recuperação. Meses depois, já está completamente recuperada – até partilhou, recentemente, uma selfie no campo de ténis. "Estou muito agradecida por ter tido acesso a uma equipa de médicos e enfermeiros tão incrível com equipamento de ponta. Eles sabiam exactamente como lidar com esta complicação. Se não fosse o seu cuidado profissional, eu não estaria aqui", afirma a tenista de 36 anos.

Williams relata as estatísticas do Centers for Disease Control and Prevention, que indicam que as mulheres negras nos EUA têm uma probabilidade três vezes maior de morrer com o parto ou questões relacionadas com o parto, mas sublinha que o problema não é só neste país: "Por todo o mundo, milhares de mulheres têm dificuldades em dar à luz nos países mais pobres. Quando têm complicações como a minha, muitas vezes não há medicamentos, instalações médicas ou médicos para as salvar. Se não quiserem dar à luz em casa, têm de viajar grandes distâncias no pico da gravidez".

Assim, a tenista apela os leitores a doarem à Unicef, que – em paralelo com outras organizações – tem vindo a lutar contra estas situações, treinando e recrutando mais médicos e parteiras, garantindo instalações em condições, fazendo com que os medicamentos mais importantes estejam sempre disponíveis e encorajando as raparigas a exigir cuidados de qualidade.

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