"Vices" da bancada reduzidos quase para metade

Lista de Fernando Negrão só mantém três dos actuais vice-presidentes.

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Lista de Negrão já é oficial Miguel Manso

O número de vice-presidentes da bancada parlamentar do PSD será reduzido quase para metade, segundo a lista entregue esta terça-feira por Fernando Negrão. O candidato a líder parlamentar só mantém dos três dos actuais vice-presidentes: Adão Silva, António Leitão Amaro e Margarida Mano.

A direcção de Fernando Negrão, que vai a votos na próxima quinta-feira, só propõe sete (actualmente são 12) vice-presidentes: Carlos Peixoto, Emídio Guerreiro, Rubina Berardo (apoiantes de Rio) e António Costa Silva (deputado eleito por Évora, que não declarou apoio a nenhum dos candidatos à liderança do PSD). Tanto Adão Silva como António Leitão Amaro apoiaram também Rui Rio nas directas e transitam para a nova direcção. Margarida Mano, antiga reitora da Universidade de Coimbra, é independente e não declarou apoio a nenhum dos candidatos.

Numa carta anexa à lista que Negrão enviou aos deputados, o candidato justifica a opção por uma "equipa não muito alargada" com a intenção de, "com maior facilidade, criar a coesão necessária produzir um trabalho que vá para além do espaço do Parlamento e chegue ao maior número possível de compatriotas". 

As escolhas para a direcção de bancada e a redução dos lugares para metade estão a gerar mal-estar entre os deputados, antevendo-se que não será fácil a eleição do novo líder parlamentar. Fernando Negrão, o único candidato, admitiu ter um mínimo “50+1” por cento dos votos para aceitar ocupar o lugar, o que implica ter pelo menos 45 votos de um total de 89 deputados (se todos votarem).

O descontentamento visa não só as escolhas de Fernando Negrão e do próprio como sucessor a Hugo Soares como também os nomes escolhidos por Rui Rio para a direcção do partido e anunciados no congresso. Em causa está não só a polémica opção por Elina Fraga para vice-presidente, que está a ser investigada pelo Ministério Público, mas também a falta de representatividade das estruturas.

A maioria da bancada parlamentar apoiou Pedro Santana Lopes nas directas. O ex-primeiro-ministro, que fez listas conjuntas com Rui Rio para quase todos os órgãos, à excepção da comissão política nacional, apelou ao voto em Negrão. Sinal de que se teme um elevado número de votos em branco.

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