PS acaba com impasse de meses na maior freguesia do distrito de Bragança

Os socialistas, que foram a terceira força política mais votada, decidiram em reunião de secretariado da concelhia, "viabilizar a proposta de executivo do PSD através da abstenção, sem qualquer tipo de negociação ou comprometimento com as restantes forças políticas eleitas".

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Nelson Garrido

A concelhia de Bragança do Partido Socialista (PS) anunciou esta terça-feira que vai viabilizar o executivo minoritário social-democrata depois de vários meses de impasse na União de Freguesias da Sé, Santa Maria e Meixedo, a maior do distrito.

Nas eleições autárquicas de Outubro de 2017, o presidente eleito foi Telmo Afonso, do PSD, o partido mais votado, mas que ficou com um número de eleitos inferior ao total da oposição, sem que até agora tenha conseguido fazer aprovar o executivo.

Os socialistas, que foram terceira força política mais votada, decidiram em reunião de secretariado da concelhia, na segunda-feira, "que os eleitos pelo PS na Assembleia de Freguesia devem viabilizar a proposta de executivo do PSD através da abstenção, sem qualquer tipo de negociação ou comprometimento com as restantes forças políticas eleitas".

A decisão — divulgada esta terça-feira em comunicado assinado pelo presidente da concelhia, o recentemente eleito André Novo — vinca que o que move os socialistas "é o respeito pela democracia, a resolução de problemas e a defesa dos superiores interesses das pessoas". "Que se desengane quem pense que o PS se move por interesses pessoais. O PS não se move por lugares. O PS não se move por ódios nem rancores", refere o líder da concelhia.

André Novo espera que "onde alguns podem ver fragilidade e amedrontamento por esta tomada de posição, muitos outros vejam um partido político constituído por homens e mulheres com bom senso, visão de presente e de futuro e que nunca prejudicarão de forma intencional as populações". "Se outros criam os problemas, nós apresentamos as soluções. É de credibilidade que se faz este PS. É de credibilidade que se faz a política", acrescenta.

Com mais de 20 mil eleitores, a União de Freguesias abrange toda a cidade de Bragança e a localidade de Meixedo e era presidida por José Pires, que depois de ter sido eleito há quatro anos pelo PSD, concorreu com o movimento independente "Força da União", ficando em segundo lugar. O PSD foi o partido mais votado com oito eleitos, seguindo-se o independente com sete e o PS com quatro. Por duas vezes, o presidente eleito Telmo Afonso tentou formar executivo, mas a proposta foi chumbada, inclusive pelos socialistas.

A nova concelhia do PS tomou posse a 12 de Fevereiro e uma das primeiras decisões públicas foi acabar com o impasse na União de Freguesias, que os socialistas atribuem, no entanto à "falta de cultura democrática e de diálogo" do presidente eleito. "Esta situação, criada pelo PSD, colocou as populações numa situação delicada, em alguns casos com repercussões sérias (...) Se outros criam os problemas, nós apresentamos as soluções. É de credibilidade que se faz este PS. É de credibilidade que se faz a política", justificam os socialistas.

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