Junta de Santo António diz que "não havia necessidade de intervenção" na árvore

Apesar de não haver certezas sobre o que causou o acidente na avenida da Liberdade, Medina já disse que vai retirar competências sobre o arvoredo a junta do PSD.

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LUSA/JOÃO RELVAS

O presidente da Junta de Freguesia de Santo António (Lisboa) frisou nesta terça-feira que a árvore onde um autocarro embateu "não estava sinalizada" e, por isso, "não havia necessidade de intervenção", mas lembrou que o abate "é competência" da Câmara.

Em declarações aos jornalistas à margem da Assembleia Municipal de Lisboa, Vasco Morgado (PSD) afirmou que a árvore onde o autocarro embateu nesta manhã "não estava sinalizada, não estavam identificadas anomalias" e também "não havia uma queixa concreta na junta".

"Não havendo um problema técnico concreto, não havia necessidade de intervenção", frisou o autarca, lembrando que apesar de a reforma administrativa da cidade ter delegado nas Juntas de Freguesia a responsabilidade de manter alguns espaços verdes, o "abate é competência da Câmara".

Ainda assim, Vasco Morgado admite intervir quando a situação assim o justificar: "Quando houver a identificação visível de um problema eu vou lá, corto a árvore e não peço autorização a ninguém".

Agora "os serviços da Junta estão a avaliar se houve falha" da autarquia, para depois "perceber o que será necessário fazer", precisou o autarca social-democrata, acrescentando que, pelas informações que lhe foram transmitidas, "o motorista terá guinado para se desviar de um carro".

À Lusa, o vereador do Ambiente e Estrutura Verde na Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, disse que o autocarro que embateu numa árvore na Avenida da Liberdade, causando 13 feridos ligeiros, se aproximou "demasiado à berma".

"Aparentemente, a responsabilidade foi de haver um encosto demasiado à berma. O autocarro embateu numa árvore que estava de boa saúde. O mais importante é que não houve feridos graves", afirmou.

Segundo o vereador do Ambiente da Câmara de Lisboa, a manutenção das árvores da Avenida da Liberdade é da responsabilidade da junta de freguesia de Santo António, pelo que vai reunir-se com a mesma para articular o que irá ser feito.

Algumas horas depois, à margem da reunião preparatória para a Cimeira das Áreas Metropolitanas do Porto e Lisboa, que decorreu em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), o presidente da Câmara de Lisboa afirmou que "aquilo que é uma competência da Junta de Freguesia vai voltar a passar para a Câmara".

"Os lisboetas têm o direito de se sentir em segurança (...). Vamos tomar esta atitude visto que a Junta de Freguesia [de Santo António] não quer exercer essa competência, e até nega tê-la", disse Fernando Medina (PS).

O vereador Sá Fernandes afirmou também que ainda não chegou à autarquia qualquer reclamação sobre o estado das árvores que estão a ficar ligeiramente inclinadas para dentro da Avenida da Liberdade, onde passa o trânsito automóvel.

"Não temos qualquer reclamação. As árvores estão bem mantidas, são saudáveis. Não se trata de uma questão de poda, é uma questão de tronco", acrescentou, sublinhando que se irá agora proceder à avaliação da altura das árvores.

Um autocarro de turismo, que transportava 23 passageiros, embateu esta manhã numa árvore que acabou por ser cortada, o que obrigou ao corte da circulação na Avenida da Liberdade.

Segundo disse à agência Lusa Tiago Lopes, segundo comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros, a árvore foi abatida "por questões de segurança" e "por não apresentar a mesma estabilidade que teria antes do acidente".

No conjunto dos 23 passageiros do autocarro de turismo da Carristur havia cidadãos de nacionalidade norte-americana, belga, suíça e britânica. Oito feridos foram transportados para o hospital de São José e cinco foram assistidos no local.

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