Lucro da Galp Energia sobe 25% para 602 milhões

Empresa liderada por Carlos Gomes da Silva produziu mais de 100 mil barris de petróleo por dia no terceiro trimestre de 2017.

A Galp Energia fechou 2017 com um resultado líquido ajustado de 602 milhões de euros, um aumento de 25% face aos 483 milhões alcançados no período homólogo de 2016.

Em comunicado ao mercado divulgado esta quarta-feira, a Galp Energia atribui este acréscimo de 120 milhões de euros do resultado líquido ao "aumento da produção de petróleo e de gás natural no Brasil, aliado à boa performance das actividades de 'downstream' [distribuição e comercialização] nos principais mercados em que a Galp actua".

A produção média anual de petróleo e gás cresceu 38% para 93,4 mil barris por dia, impulsionada pela produção de petróleo e de gás nos grandes reservatórios do pré-sal brasileiro, tendo no último trimestre de 2017 ultrapassado a barreira dos 100 mil barris por dia.

“A Galp produz actualmente cerca de 100 mil barris por dia e prevê aumentar essa produção em cerca de 50% até 2020”, destaca a empresa, no comunicado sobre o plano estratégico para os próximos anos, que apresentou esta terça-feira em Londres.

A Galp anunciou que pretende investir cerca de mil milhões de euros por ano até 2020 e explicou que a grande fatia deste investimento (70%) destina-se a desenvolver os projectos de exploração e produção de petróleo e gás, em particular no Brasil e Moçambique. Se o primeiro continua a ser o “grande motor de crescimento”, o segundo será o “eixo estratégico para a próxima década”, destaca a empresa.

A petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva sublinha ainda que o investimento em Moçambique – onde, aliada a empresas como a Eni, está a desenvolver uma unidade de liquefação flutuante de gás natural na área de Coral Sul, na bacia do Rovuma – será um “projecto-chave” para o seu posicionamento na “transição para uma economia mais sustentável, reforçando a importância do gás natural na sua carteira de activos”.

A empresa, que estima que em 2018 o resultado operacional bruto se situe entre 1800 e 1900 milhões de euros, anunciou ainda que vai propor o aumento do dividendo em 10%, para 55 cêntimos por acção, e adianta que este valor “constituirá a referência para os próximos anos”.

Galp avança com investimento no solar

Em Portugal, a Galp Energia avançou com o pedido de licenciamento da sua primeira central fotovoltaica, em S. Teotónio, concelho de Odemira, com uma capacidade de produção de seis megawatts (MW), em regime de mercado, projecto considerado de relevante interesse municipal.

Este pedido de licenciamento aguarda parecer da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), mas, entretanto, a Câmara e a Assembleia Municipal de Odemira aprovaram, por unanimidade, a Declaração de Projecto de Relevante Interesse Municipal para a criação de uma Central Fotovoltaica no concelho.

Na página da Internet, a autarquia refere que "não significa qualquer compromisso vinculativo por parte da autarquia [com a Galp Power] e não dispensa o necessário procedimento de licenciamento", explicando que "a Declaração de Projecto de Relevante Interesse Municipal é requisito para a obtenção de licença de produção emitida pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG)".

A Galp pretende implementar o projecto na zona sul do concelho, próximo do aglomerado rural da Choça, na Freguesia de S. Teotónio, uma área que não está inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina nem nos Sítios da Rede Natura 2000, lê-se na mesma nota.

 

 

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