Freguesia de Benfica inaugurou biblioteca mas junta pede mais um espaço

O palácio conta também com um espaço de 'cowork', com 20 empresas físicas e mais oito virtuais.

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Nuno Ferreira Santos

A freguesia de Benfica, uma das maiores de Lisboa, conta agora com uma biblioteca no Palácio Baldaya, recentemente requalificado, mas a presidente da Junta salientou nesta segunda-feira a necessidade de uma biblioteca municipal, nomeadamente a projectada para a Fábrica Simões.

"Temos uma população estudantil de 16 mil alunos", que frequentam as várias escolas localizadas na freguesia e o polo do Instituto Politécnico, disse Inês Drummond aos jornalistas no final da inauguração.

O espaço inaugurado nesta segunda-feira "é uma biblioteca mais de bairro, uma solução que encontrámos quando não se previa que a fábrica Simões avançasse e, por isso, achámos que não se podia esperar mais 20 anos", precisou.

Por isso, a autarca socialista crê que a biblioteca projectada para a Fábrica Simões "ainda faz falta", uma vez que esta "não é uma biblioteca municipal, não está ligada à rede".

Já em várias ocasiões, como na última reunião descentralizada da Câmara de Lisboa, a presidente da Junta de Freguesia havia lamentado a ausência de uma biblioteca municipal na freguesia.

"Felizmente, parece que agora há condições para a Fábrica Simões poder avançar e fará sentido termos ali uma biblioteca municipal", sem detrimento de esta "continuar a ser um local de encontro, de estudo, para que as pessoas possam tomar um café, assistir a um espectáculo", considerou Inês Drummond à Lusa.

Assim, "uma solução não invalida de maneira nenhuma a outra, antes pelo contrário, eu acho que vem complementar de forma mais abrangente e, por isso, acho importante que uma biblioteca municipal possa avançar na Fábrica Simões", salientou, acrescentando que a biblioteca do Baldaya está "sempre cheia, a toda a hora".

Este é um equipamento que "era necessário e é usado", vincou, elencando que conta com programação cultural diária e que já é um dos "espaços centrais da freguesia".

Na ocasião, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, observou que Benfica é uma "das freguesias mais importantes de Lisboa, por várias razões", e reconheceu a falta de equipamentos colectivos nesta zona.

"É nessa linha que estamos apostados em fazer vários projectos de grande importância ao longo do mandato", entre os quais a requalificação "em profundidade" do Mercado de Benfica e a construção de um lar com unidade de cuidados continuados, previsto no acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, afirmou Medina (PS).

Quanto à biblioteca na Fábrica Simões, o presidente apontou que a sua necessidade "é um processo a avaliar, em conjunto", uma vez que a biblioteca inaugurada representa "um salto importante do ponto de vista do que era a realidade na freguesia".

"É evidente que ainda não tem a dimensão que nós gostaríamos que tivesse, do ponto de vista do que é uma biblioteca municipal na freguesia de Benfica, mas vamos avaliar em conjunto como é que os projectos se articulam", considerou.

A partir de agora, o palácio conta também com um espaço de 'cowork', com 20 empresas físicas e mais oito virtuais.

O vice-presidente da Câmara explicou à Lusa que a constituição deste espaço vem na sequência de uma proposta vencedora do Orçamento Participativo de 2013/2014, que tinha como principais objectivos a "dinamização do comércio de proximidade e a promoção do empreendedorismo", através de um espaço na Rua Cláudio Nunes (a poucos metros do palácio).

"Como foi difícil encontrar um espaço" naquela rua predominantemente residencial, "o projecto foi redireccionado para o Baldaya", onde está também, desde agora, sediado o "quartel-general" da Comunidade Made of Lisboa, apontou Duarte Cordeiro.

Assim, numa sala do piso cimeiro do edifício funciona o "primeiro espaço físico" deste ecossistema empreendedor, que o autarca classificou como um passo na descentralização do empreendedorismo para a zona norte da cidade.

 

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