PAC: “De nada valem boas propostas sem orçamento adequado”

Capoulas Santos, que esta manhã esteve na reunião de ministros europeus da Agricultura, que abordou o futuro da Política Agrícola Comum, insiste “na necessidade de manutenção do actual orçamento da PAC"

Foto
Ministro Capoulas Santos está hoje na reunião de ministros da Agricultura da União Europeia, em Bruxelas LUSA/NUNO VEIGA

O ministro da Agricultura disse hoje, em Bruxelas, que Portugal bater-se-á até ao limite das suas forças pela manutenção do orçamento da Política Agrícola Comum (PAC), quando se fala em cortes que podem chegar aos 30%.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma reunião de ministros da Agricultura da União Europeia, na qual teve lugar uma nova discussão sobre o documento de orientação da Comissão sobre o futuro da PAC, Luís Capoulas Santos indicou que, na sua intervenção, voltou a defender a importância da manutenção do orçamento no futuro quadro financeiro pós-2020, sentindo-se "particularmente à vontade" para o fazer, pois "o primeiro-ministro já manifestou publicamente a disponibilidade de Portugal para acompanhar o esforço do orçamento comunitário, para compensar no mínimo as consequências negativas do 'Brexit' [saída do Reino Unido da União Europeia]".

"Tive oportunidade de dizer no Conselho que de nada valem as boas propostas sem um orçamento adequado. E insisti na necessidade de manutenção do actual orçamento da PAC, isto porque, de acordo com a mais recente comunicação da Comissão Europeia sobre as perspectivas financeiras, apontam-se três cenários: a redução do orçamento da PAC em 30%, que teria um impacto enorme na redução dos apoios à agricultura como é evidente, um cenário dois que aponta para uma redução de 15% e um orçamento que aponta para a manutenção do orçamento actual", apontou.

Luís Capoulas Santos reforçou perante os seus homólogos que é necessário manter uma PAC mais simples, que continue muito ligada às questões ambientais, condicionando as ajudas às boas práticas agrícolas, e a necessidade de garantir elegibilidades no regadio e na floresta, insistindo que sem um orçamento à medida tal não será possível.

O ministro apontou que "uma das formas de combater a desertificação e até prevenir calamidades similares passa por uma certa reocupação do território", o que "só é possível com políticas fortes de desenvolvimento rural".

"No quadro da UE, nenhum Estado-Membro com a dimensão e as capacidades económicas de Portugal, poderá alguma vez fazê-lo sem o forte apoio financeiro da UE. Portanto, se esse apoio financeiro for reduzido, esses objectivos ficam certamente comprometidos. E essa é uma das razões pelas quais nos bateremos até ao limite das nossas forças para que o orçamento comunitário e a fatia correspondente à PAC sejam mantidos para depois de 2020", declarou.

Sugerir correcção
Comentar