Presidência da República é a instituição mais confiável e a banca está no fundo do ranking

Estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa revela que os participantes têm confiança moderada no Governo para resolver problemas e tomar decisões, mas o nível de satisfação é baixo quanto à gestão da pobreza e de fenómenos naturais.

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Score da Presidência subiu 2,10 pontos face ao mandato de Cavaco Miguel Manso

A instituição da sociedade portuguesa na qual os portugueses mais confiam é a Presidência da República e aquelas em que menos confiam são a banca e a igreja ou religião organizada. De acordo com um estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa da Católica School of Business and Economics, os portugueses têm um nível de confiança moderado baixo no Governo para a resolução de problemas nacionais e o nível de satisfação com a forma como Portugal é governado é igualmente moderado. Ainda assim, numa escala de 1 a 10 pontos, nenhuma área chegou a uma média de seis pontos.

O objectivo do estudo, que envolveu 983 participantes em Novembro do ano passado, é aferir indicadores gerais de felicidade e satisfação com a vida, confiança política e confiança no Governo e em instituições, assim como a confiança económica e a mudança de hábitos de consumo e poupança. Os dados de finais de 2017 foram comparados com os resultados de Março de 2016 e permitiram perceber que, em geral, os portugueses estão mais confiantes no país, no Governo e nas instituições.

Por exemplo, no caso da Presidência da República, o período em análise diz respeito a todo o mandato de Marcelo Rebelo de Sousa e o salto é muito significativo: no final do segundo mandato de Cavaco Silva, a Presidência tinha um nível médio de confiança de 4,55 pontos e agora ele é de 6,64 pontos, muito à frente de todas as outras instituições avaliadas. Seguem-se a escola pública (5,91), as pequenas empresas (5,86), a polícia (5,82), as Forças Armadas (5,64), e o SNS (5,25). Abaixo da linha da metade da escala estão as grandes empresas (4,9), a Assembleia da República (4,73), os tribunais (4,69), o sistema judicial (4,48), a igreja/religião (4,05) e os bancos (4,03). Registem-se, no entanto as subidas expressivas da banca (era de 3,6 em 2016, ainda a recuperar dos processos de resolução) e do Parlamento (o nível de confiança era de 4,09).

Em ano e meio, embora estivesse já no poder o PS apoiado pelos partidos à sua esquerda, houve um crescimento de 30% no nível de satisfação com a forma como o país é governado, passando de uma média de 3,87 para 5,04 pontos. Quando se fala em áreas de governação específicas, os participantes reportam níveis de satisfação mais elevados em questões como a segurança alimentar, a segurança nacional, a política de imigração, os negócios estrangeiros e o desenvolvimento urbano – embora também aqui nunca se chegue aos 5,5 pontos. E os níveis de insatisfação mais elevados recaem em áreas como os fenómenos naturais (3,79 pontos de média em 10, um reflexo dos incêndios florestais de 2017), a pobreza (3,84), a criação de emprego (4,15), as questões ambientais (4,32) ou as normas do trabalho (4,38).

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