Kosovo, foi tudo ontem...

Para uns, jovem nação; para outros, berço de uma outra velha nação, este átomo balcânico será sempre um nó de séculos e de histórias. Uma década depois da declaração unilateral de independência, há tantos frescos vivos na memória que, ao percorrer um lugar tão amado como este, o viajante há-de perder-se logo nas primeiras curvas do mapa.

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"Um segundo é igual aos séculos: é um século em miniatura", diz-nos Ramón Gómez de La Serna, nas suas Greguerías, muito provavelmente o livro com mais tempo de vida na minha mesa de cabeceira de Belgrado. Então, o Kosovo é igual aos Balcãs: são os Balcãs em miniatura. O que, penso, será verdade para qualquer outro lugar dos Balcãs, Monsieur de La Palisse. Aqui, na minha outra mesa de cabeceira, a de Lisboa, não há nenhuma edição das Greguerías. O grande suporte da coluna de livros em estilo torre de Pisa - porque todas as colunas de livros são uma torre de Pisa em miniatura - é essa pedra basilar da literatura de viagens que Rebecca West escreveu depois de ter percorrido a região, na segunda metade dos anos trinta. Black Lamb and Grey Falcon - a journey through Yugoslavia (O Cordeiro Negro e o Falcão Cinzento - uma viagem pela Jugoslávia, sem edição portuguesa), "é uma espécie de Lonely Planet metafísico que nunca precisa de ser actualizado...", resume o escritor Geoff Dyer numa introdução ao livro escrita já no século XXI, "é história como ela talvez pudesse ter sido escrita por Kapuscinski ou García Márquez", que andavam nas escolas primárias de Pinsk e Aracataca quando West palmilhou a primeira Jugoslávia, na antecâmara da Segunda Guerra Mundial. É um "talvez" pesado como este livro, mas talvez: o mestre polaco disse um dia que o puzzle balcânico era tão complexo que, por falta de conhecimento (e idade avançada provavelmente), ele recusara um pedido de reportagem sobre o Kosovo, já nos anos noventa; e, afinal, foi ou não foi da Macedónia aqui tão perto que partiram algumas das oitavas maravilhas do mundo que Melquíades levou para Macondo?

Há dez anos, quando o Kosovo era a minha segunda casa, nos meses que antecederam e que se seguiram à declaração unilateral de independência de 17 de Fevereiro de 2008 (reconhecida por Portugal em Outubro de 2008, mas ainda não reconhecida por cerca de 80 países, entre eles a Espanha e outros quatro membros da União Europeia, mas também a Rússia, a China ou o Brasil), eu trocava de mesa de cabeceira tantas vezes que nunca assentava o suficiente para construir uma torre de livros. No máximo dois ou três, alguns jornais e revistas, cadernos de notas soltas e um gravador de rádio, a cuja coluna encostava a orelha mais tempo do que a qualquer almofada. Os dias e as histórias alongavam-se de sol a sol e de lua a lua, e pernoitar era, tantas vezes, uma sesta em miniatura, literalmente. E a cada segundo aconteciam séculos atrás de séculos, houvesse ou não houvesse independência. Houve para muitos, sobretudo para a maioria de origem albanesa, mas não houve para outros, sobretudo para a maior das minorias, a sérvia.

Aquela minha segunda casa - à qual juro e prometo um regresso há mais de oito anos - era um mapa dobrado no bolso, encostado ao passaporte que qualquer ser humano é obrigado a ter para poder trocar de casas. Sempre o mesmo paradoxo: porque é que não é possível, pela estrada fora, "viajar, perder países", sem se ter um passaporte de um país, uma âncora de partida, tantas vezes, mais forçada que sentida? Tendo que ter passaporte, era tão bom tê-los no plural, até mesmo um por cada novo mapa no bolso. Posta de parte esta utopia viajante - ou simplesmente utopia cidadã -, quase todos os kosovares que hoje poderiam ter dois passaportes (o kosovar e o sérvio) preferem ter um e apenas um. Porque a maioria mais que absoluta diz sentir um único passaporte emocional, uma única identidade, um só passado em miniatura. Os políticos locais abençoam esta tendência, que os realimenta, padrão da indústria fácil das nacionalidades, sempre pronta a acolher a próxima startup nacionalista.

Na capa do passaporte kosovar, azul, está reproduzida a imagem da também azul jovem bandeira que, naquele 17 de Fevereiro, teve um papel secundário no meio da avermelhada multidão de Pristina, pintada pelo mar de estandartes albaneses, salpicada por bandeiras dos Estados Unidos e só depois, muito mais tímidas, pelas europeias de doze estrelas. Se houver um bom subcapítulo do último Lonely Planet dedicado à simbologia regional, deve vir lá explicado que na bandeira erguida há uma década está desenhado o mapa do Kosovo - este pedaço de terra que foi Jugoslávia a maior parte do século XX e que seria, não fossem as montanhas sempre pouco dadas à geometria, um losango amarelo sobre fundo azul. Por cima, uma espécie de coroa de seis estrelas brancas, todas iguais, representando os seis principais grupos étnicos que vivem dentro do mapa: gorani, rom, turcos, bosníacos e aqueles de quem sempre se fala, quase exclusivamente, albaneses e sérvios. Não há estrelas iguais nem no céu nem na terra, só mesmo nas bandeiras. E não há, que eu me lembre, nenhuma outra bandeira no mundo em que esteja inscrito o próprio mapa do território que ela quer representar. Assim, um mapa transformado em símbolo, como se fosse necessário estampar o traço de uma fronteira para que a tinta fresca do presente possa, ondulando ao vento, secar mais depressa. Mas, nos Balcãs, isso demora normalmente um tempo sem escala - há segundos que são muito maiores do que séculos.

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... mas agora, Kosovo, é hora de amar o futuro

A neve cobria as cúpulas das mesquitas e das igrejas ortodoxas, arredondando-as ainda mais à perfeição. Apetecia tocá-las, acariciá-las no voo rasante do olhar. Tão redondas ficavam que conquistavam a abóbada celeste, roubando lugar à lua que se recolhia. Arcos desenhados a compasso, por uma e por outra fé dos homens.

Naquela madrugadora manhã de Inverno, há mais de dez anos, eu queria começar a enésima reportagem kosovar para a rádio TSF com o som da tesoura do barbeiro de Prizren, entrecortado pelo muezzin que ainda há pouco havia convocado a primeira oração. Eu já havia cirandado por ali, a namorar aquela velha barbearia várias vezes. Não era para menos, pois nunca ninguém me tinha cortado a farta barba, sem ser eu próprio, nem nunca ninguém voltou a fazê-lo depois.

Se é barbeiro, é turco, garantira o meu amigo Veton. Haveria de comprová-lo eu, nos ombros e pescoço, com a famosa massagem que finaliza a sessão. Até lá, o barbeiro de Prizren haveria de percorrer séculos a talho de foice, não sem antes nos brindar com o hospitaleiro chá de todas as horas. Com a tesoura já a lavrar o matagal - "3, 2, 1, grava!" - eu ia fazendo as perguntas com dupla cautela pois, afinal de contas, o entrevistado tinha uma tesoura na mão. Retenho até hoje duas imagens que ele ia legendando. Em frente, do outro lado da vitrine, o mar de sapatos no empedrado fazia imaginar que devia estar composta a Sinan Pasha, mesquita que se diz ter sido construída, no período otomano, com as pedras de um vizinho mosteiro ortodoxo. As pedras sagradas que erguiam uma religião passavam a erguer outra, sempre foi assim, de Mértola a Prizren, porque uma só pedra são todos os séculos em miniatura. Do lado de dentro da loja de gerações de barbeiros, eu via reflectido no espelho, pendurado numa parede, um calendário de pano de 1980. Um corte no tempo; estávamos no início de 2008. Porquê 1980? "Foi o ano da morte de Tito, a história acabou aí.” Já não era um calendário que estava naquela parede, era um quadro.

Lembro-me do barbeiro de Prizren, a poda quase concluída, ter um tom triste quando apontou para as casas sérvias queimadas, na colina altaneira à Sinan Pasha, resultado da onda de violência de Março de 2004, organizada por extremistas albaneses, numa espécie de epílogo atrasado da guerra de 1998 e 99. Lembro-me também, sempre perto da minúscula barbearia, de ver a catedral ortodoxa de São Jorge em reconstrução, por causa desses fogos de Março (antes, em todo o Kosovo, na Primavera de 99, extremistas sérvios haviam atacado mesquitas e no Verão de 99 extremistas albaneses vingaram-se em templos ortodoxos, e depois 2004; à escala, foram quase cinco anos mais destrutivos que os cinco séculos anteriores). Será que entretanto já retiraram o arame farpado que abraçava São Jorge de solidão? Rua acima, uns quantos passos, a catedral católica. Recordo uma distância entre os três templos menor do que em Sarajevo, não me parecesse Prizren, desde o primeiro instante que a vi, uma Sarajevo na palma da mão. Transportei por isso a tradição de uma cidade para a outra e, na praça principal, curvei-me para beber água da fonte, um gesto líquido para um dia ter a sorte de voltar.

Forward. Quando regressar, era bom que fosse em Agosto, para apanhar o Dokufest, o festival de documentários e curtas metragens que enche a cidade de telas e de mundo. Em vez de estatuetas, os prémios deste festival são cubos da calçada, pedras iguais às que pisamos pelas ruelas de Prizren. Na fotografia que vejo na Net, uma das organizadoras dá colo a cinco pedras, qual bebé em seus braços. Na t-shirt branca que veste, a letras vermelhas, está estampado o mote que foi a bandeira do Dokufest 2017: Future is my love. Documentário ou ficção?

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Rewind. Atravesso a velha ponte de pedra e o meu olhar cruza-se com outras duas cúpulas brancas, estas em movimento, nas cabeças de dois homens que envergam o plis, o tradicional chapéu albanês, meio boina, meio gorro, feito de lã e moldado à forma de cada cabeça. Na esquina da ponte, compro uma maçaroca assada a um vendedor de rua oriundo da minoria gorani - uma das mestiçagens eslavas e otomanas mais fascinantes que os Balcãs ainda guardam. Nunca fui àquele cantinho gorani, uma teia de vilas e aldeias a sul de Prizren, e sei que essa é uma das minhas grandes lacunas balcânicas, candidata a ser a minha grande lacuna kosovar. Para esses lados, a beleza da paisagem não há-de diferir muito daquela que vemos da estrada que serpenteia esta vertente da larga cordilheira do Šara - parque natural com dúzias de picos acima dos dois mil metros. Todas as vezes que fiz esta rota até Brezovice, como naquela viagem no Renault Twingo do Veton, quase não acreditava no incrível desfiladeiro que os meus olhos viam. Nem sei se deveria falar dele assim, para que continuasse tão Lonely como o vivi, no meio do planeta balcânico. Mas eis senão quando, na próxima curva, alguém já está falando. Não foi preciso sequer a montanha ir a Maomé, a Casa Branca veio à montanha. No meio do nada, tudo verde, um feroz ribeiro a ganhar corpo de rio e ergue-se a "Casa Branca", uma quase réplica, em formato miniatura, da casa mais poderosa do mundo, aqui um restaurante kitsch que mete no bolso -  incluindo a estátua de Bill Clinton em Pristina - toda e qualquer evocação do papel dos Estados Unidos na guerra de 99, uma espécie de torre com asas que galgou cavalos, reis e rainhas no tabuleiro do xadrez kosovar, enquanto o bispo russo não ressuscitava e a Europa fazia de peão. Devo esta imagem a um jogador de xadrez do jardim do Vuk, em Belgrado, quando o Fernando Alves me pediu para a rádio a primeira boa história que eu pescasse à linha. Quando o Fernando me ligou, estava eu nesse jardim e o dito jogador - só acreditei na coincidência quando me mostrou o passaporte - chamava-se Slobodan Milosevic. Na altura, não me ocorreu discutir com aquele Slobo a falta que fazem sultões e muftis, e outras peças, para ser mais adequado usar a metáfora do xadrez nestes lugares em pleno botão da rosa dos ventos, onde ocidente e oriente perdem o norte.

Pelo Šara acima, nunca saberei como o Twingo aos soluços não perdeu a direcção, mas o Veton, habitué da estância de esqui lá para cima, ao pé dos lagos glaciares, conseguiu fazer-nos patinar até Brezovice, em pleno enclave sérvio de Strpce. O meu alívio era que, em caso de problema, eu conhecia o melhor mecânico da aldeia e de todo o mundo, daqui até Tóquio, no mínimo. O Dragan ainda sabe, de olhos fechados, consertar um Fica, a icónica versão jugoslava do mítico Fiat 500. Nenhuma máquina lhe é estranha, nem aquela Super 8 que ele trouxera de Paris e com a qual, em 1981, tinha filmado sérvios e albaneses, juntos, a desfilarem ali na rua, um ano depois da morte de Tito, no quadro seguinte ao calendário do barbeiro de Prizren. Os planos de Dragan tinham-se cruzado antes disso com os de Natália, emigrante transmontana que havia trocado a Terra Fria por Paris, mesmo no início dos anos 70. Conheceu Dragan e na década seguinte a família luso-jugoslava trocou Paris por esta Terra Fria. Quando ela me falou pela primeira vez nos lameiros, confundi-me, por um instante. Mas não, ela não estava a falar da sua primeira terra, mas sim desta, tão sua como a outra. Na verdade, falava de ambas, porque, a esta cota, as montanhas do Šara parecem mesmo a serra de Montesinho com mais umas centenas de metros aos ombros e um ou outro declive mais abrupto. Quando chega o Outono, não há amarelos e vermelhos mais bonitos no mundo, que eu tenha visto: o grande derby é entre Brezovice e Vinhais ou Rio de Onor (enfim, estou talvez meio possuído pelo síndrome balcânico-centro do mundo. Assim de cor, e só na Europa, não apenas o Douro de Torga, mas também as colinas de Pavese ou a Transilvânia de Drácula têm cor q.b. para dar forte concorrência). Mas a Natália ficaria feliz ao ouvir a comparação anterior e ela merece todas as frases que a façam feliz.

Talvez se cruzem com ela junto à igreja, "boa páscoa Natália!", nos dias em que os frescos das abóbadas ortodoxas parecem descer até nós pelas mãos de quem pinta os ovos da festa. Há um júri para escolher os mais bonitos e não se admirem se forem convidados a votar. Seja como for, os vencedores serão sempre ultrapassados pela beleza dos frescos pintados há mais de mil páscoas em Gracanica, Pec ou Decani, patrimónios mundiais da humanidade. E quando a Primavera explodir no Verão, hão-de encontrá-la, Natália, ali num bosque, colhendo com a neta os maravilhosos cogumelos que ali brotam. Quero acreditar que a sua voz, um eco de vários passaportes, ainda a deixa cantar as músicas da lavoura da infância, da lavoura francesa e da lavoura sérvia com que me encheu o gravador, ali pelos lameiros do Kosovo onde ela sentiu os aviões da NATO largarem as bombas de 99 - esse brutal ruído que não se apaga da sonoplastia, nem do passado, nem do futuro. Amar o quê? Este riacho que ainda agora saltava com a neta, responderia com certeza Natália, um ribeiro espelho daquele que havia junto à aldeia transmontana onde nasceu e onde a sua avó lhe ensinara a perder o medo dos peixes, com a canção que ela ainda cantava no Kosovo de 2008: "Ai oh rio não te queixes / olha que o sabão não mata / Ai ele até lava os peixes / e deixa-os da cor da prata". E se isto fosse rádio, o riacho ficaria agora a correr-nos no ouvido, fade out do som da água a caminho de um silêncio que nos diria aquela greguería. "A água não tem memória: por isso é tão límpida".

Se isto fosse rádio, cara editora Sandra Silva Costa, caros leitores, com a mistura de planos - voz, música, ambiente, tudo no mesmo segundo - seria com certeza mais fácil remontar este meu Kosovo com espaço para mais coordenadas. Mas isto não é rádio, e aqui chegados, com um pé em Prizren e outro em Brezovice, confesso-me algo perdido no guião prometido de sobrevoar os dez lugares do Kosovo de que tenho mais saudades, assim ao jeito dessa moda Top Ten Lonely Planet. Ou talvez não, talvez não esteja assim tão perdido, porque há bem mais do que dez kosovos só neste pedaço onde a minha memória quis voltar. É impossível cortar um rio a eito, deixar a tesoura rasgar um mapa que não cabe dentro do seu próprio território, dentro da sua própria bandeira. Só para o Kosovo, Rebecca West - sem sequer pisar Prizren e Brezovice! - precisou de quase duzentas páginas, no tal "Lonely Planet metafísico", mais de mil para toda a Jugoslávia de então.

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Ok, ajde... Que índex "obrigatório" ficou então por percorrer? Sim, claro, a jovem capital Prishtinë/Pristina e o mais que velho Kosovo Polje, o campo dos melros e das batalhas, onde tudo começou e recomeçou (com sombras de sultões, príncipes e presidentes, como um tal de Milosevic que não era jogador de xadrez); Gracanica e os seus frescos; Kamenica e o património invísivel da última cidade kosovar que gravei com resquícios de uma vida ainda mestiça; Mitrovicë/Mitrovica e a sua ponte, “neofronteira” que só não separa as águas no café turco, igual dos dois lados do rio Ibar; Pec/Peja, com um alto muro de cimento do século XXI “enclavando o belíssimo patriarcado ortodoxo do século XIII; algumas centenas de metros depois, os olhos de água do Bistrica/Lumbardh (tradução literal: rio claro ou transparente, duas línguas para o mesmo significado da greguería); seguindo por ali acima, outro desfiladeiro majestoso, o  Rugova; e finalmente, numa falda vizinha das Montanhas Malditas, o mosteiro de Decani onde se bebe um dos melhores rios de rakija do mundo - aqui sem influência de síndrome algum - e onde ouvir uma cerimónia cantada pelos monges pode embriagar qualquer ateu que ame a arte. Claro, se antes disso os frescos desta "capela Sistina" não tiverem já deixado o viajante sem sentidos, perdido, como sempre acontece por estas terras, acreditem.

Como aconteceu a West: "Era possível que eu não estivesse a conseguir encontrar as palavras para aquilo que eu queria dizer, por não ser verdade. Nunca estou certa de uma realidade, se a vejo apenas uma só vez; sei que até que essa realidade tenha claramente estabelecido a sua existência objectiva, pelo impacto nos meus sentidos e na minha memória, eu sou capaz de recrutá-la ao serviço de um sonho pessoal. Em pânico, eu disse, 'Tenho mesmo de voltar à Jugoslávia (...) na Primavera, para a Páscoa'.”Até já Natália, que saudades!

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