Erro bloqueia apps que tentam ler caracteres indianos

O problema (chamado “bomba de texto” nas redes sociais) acontece quando aplicações e editores de texto falham em detectar o significado de dois caracteres em telugo.

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O erro parece afectar todos os produtos com a última versão do iOS ou MacOS Reuters/MIKE SEGAR

A Apple está a trabalhar apressadamente para corrigir um defeito nos seus sistemas que os obriga a bloquear porque não conseguem ler algumas letras no ecrã. O erro – apelidado de “bomba de texto” nas redes sociais – infiltrou-se com a última actualização da Apple, e acontece quando aplicações e editores de texto falham em detectar o significado de dois caracteres em telugo (língua falada no Sul da Índia por 70 milhões de pessoas).

O problema parece afectar todos os produtos da empresa com a última versão do iOS 11.2.5 ou macOS: desde iPhones, Macs e iPads, aos relógios e televisões da marca. Num comunicado que é citado pela imprensa, a empresa diz que já está a testar algumas correcções para o Apple Watch, e que as versões beta do iOS 11.3 e MacOS 10.13.4 vão resolver.

O alerta inicial foi feito pelo site de tecnologia italiano Mobile World, e replicado várias vezes por utilizadores em todo o mundo. Para já, parece resumir-se a dois caracteres da língua indiana a afectar redes sociais como o Instagram, o Facebook e o Twitter, e serviços de mensagem como o WhatsApp e o iMessenger (o serviço de mensagens da Apple). 

Quando estes serviços tentam ler os caracteres problemáticos, o ecrã fica preso num ciclo de tentativas falhadas. A única solução é reiniciar o telemóvel e eliminar a conversa em causa (seja no WhatsApp, no iMessenger ou noutra aplicação móvel).

Em 2015, um caso semelhante levou vários produtos da Apple a bloquearem por não conseguirem ler letras em árabe e marata (outra língua indiana). Apesar de telugo não ser uma língua largamente falada (actualmente, o número de pessoas fluentes equivale a 5% da população na India), o facto de o defeito afectar várias aplicações populares pode levar utilizadores com intenções maliciosas a enviar os caracteres em mensagens de grupo. É o segundo erro a afectar a empresa desde o começo do ano. Em Janeiro, um defeito no sistema operativo iOS permitia desligar iPhones à distância com um URL específico.

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