Entre no ano do cão a comer pato

No dia em que arranca o Ano Novo Chinês, sugerimos uma visita ao restaurante Quanjude, em Lisboa, que se especializou no pato à Pequim.

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Ao entrar no restaurante Quanjude, no Parque das Nações, em Lisboa, vêem-se chineses em algumas das mesas, a comer com pauzinhos e a falarem em mandarim com os funcionários. Este é um bom sinal, significa que a cozinha deste espaço agrada aos que abandonaram o seu país, à procura de uma vida melhor. Mas também há quem já tenha visitado a China e procure os sabores que lá encontrou e que têm pouco a ver com os restaurantes chineses europeus.

A carta do Quanjude é imensa, tem quase uma centena de páginas, com fotografias enormes e descrições dos pratos, de maneira a que os comensais possam imaginar o que vão comer. Há pratos de arroz, de massas, de peixes, de carnes, de legumes – muitos, à espera dos vegetarianos -, mas é o pato à Pequim (49,90€/inteiro, 26,90€/metade) a aposta dos donos deste restaurante chinês que é um franchising que saiu, pela primeira vez, da China. 

O pato é especial pelo tempo de preparação que lhe é dedicado. São precisos três dias, do momento em que é morto ao que chega à mesa. Os animais são criados no Montijo, onde fazem uma alimentação saudável e andam ao ar livre. O tempo ideal de vida são 90 dias para que a carne seja tenra. Depois de morto, o animal é limpo através da zona das asas, de maneira a manter-se inteiro, o sangue é escorrido e o corpo fica 24 horas a secar, numa estufa, onde é constantemente regado com uma calda de mel para manter a pele macia.

São dois os chefes, que vieram da China, só para fazer esta receita que não é milenar, mas tem 200 anos. Dentro do pato é posto um recheio de vegetais, cebola, aipo e especiarias para dar sabor à carne, ainda crua. Mais tarde, o animal é confeccionado num forno de tijolo, que foi construído dentro do restaurante, e é importante que a lenha seja de oliveira, para que perfume o animal durante a assadura, que pode durar entre 60 e 90 minutos.

Cabe aos mesmos cozinheiros fatiar o animal, fazer os crepes e os molhos que o acompanham. Aliás, todo o pato se pode comer. Por exemplo, com os miúdos faz-se uma sopa muito parecida com a canja, também há cabeças de pato na caçarola (18,90€) e há ainda a possibilidade de comer a língua (11,90€).

Mas no Quanjude há mais do que o pato, a comida é a da região de Sichuan, uma província que fica no Sudoeste e que se distingue pelo picante – existe mesmo uma pimenta de Sichuan – das pimentas, piripíri e gengibre. O objectivo é que se sinta o picante na boca, por exemplo, em pratos como a galinha picante com amendoim ou o porco com pimenta.

Mas se não é fã, o restaurante propõe inúmeros pratos que pode comer sem medo de ficar com a boca dormente. O ideal é acompanhá-los com chá e, no final, há uma sobremesa pouco doce, como as peras chinesas com vinho tinto (6,90€) ou a papaia com leite de coco (9,90€).

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