A escala dos artistas portugueses em Madrid

Exposição vai coincidir com a feira de arte contemporânea ArcoMadrid e fica na cidade espanhola até 15 de Abril

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One Body Part, de Julião Sarmento
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Untitled
, de António Bolota, e Lieux de mémoire #4, de Teresa Braula Reis
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Maison Tropicale (Pegadas), de Ângela Ferreira, e Untitled (SUN 2500), de João Onofre
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Sem Título, de José Pedro Croft, Snapshots #2, de Nuno Cera
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Snapshots #2, de Nuno Cera
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Duplo Negativo
, de Fernanda Fragateiro, Ala Norte, de Pedro Cabrita Reis
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Construcción Pictórica #8h e Untitled, Model #33, de Carlos Bunga
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Blind Image #177, de João Louro

Verónica de Mello, arquitecta de formação, escolheu 21 artistas portugueses para mostrar em Madrid, na Tabacalera, a relação da arte contemporânea com o espaço, reconhecendo que o seu trajecto de vida a faz ver o mundo com esse olhar “deformado”.

O triângulo corpo, espaço e obra, que quando se expõe arquitectura passa por uma representação gráfica, é aqui evocado através do título da exposição, Escala 1:1, sublinhando como na pintura ou na escultura, como a arte, a relação com o observador é sempre em escala real – é sempre 1:1.

Num edifício industrial do século XVIII, a curadora explora tensões entre arquitectura e arte, entre experiência diferida e confrontação directa do corpo, propondo uma reflexão sobre a escala na obra de arte. Como escreve a curadora no catálogo, “a escala posiciona-nos perante a realidade, indica que o homem é a peça fundamental para a leitura do espaço”. E Verónica de Mello cita o artista José Pedro Croft, a propósito das quatro esculturas que nos recebem no átrio deste enorme edifício situado na Calle Embajadores, que devolvem ao espectador, com os seus jogo de planos reflectores, o espaço que o rodeia: “A representação do mundo e a maneira como nós vemos o mundo, é um mundo feito no nosso microcosmo, à distância dos nossos braços.” Já Helena Almeida lembra num vídeo de 2005: “Integro o espaço no corpo. O chão, a parede, os objectos.”

Mas se a compreensão do que vemos se torna mais clara pela introdução da presença humana, ela também pode provocar distorção, como propõe uma fotografia de Nuno Cera, onde a mão em primeiro plano faz parecer minúscula a estrada à nossa frente, levando-nos a desconfiar do que ali está.

Na Tabacalera, há também degraus à espera de serem betonados, esqueletos arquitectónicos propostos por Teresa Baula Reis. Já Ramiro Guerreiro trabalha os espaços intersticiais, numa performance intitulada Acções Sem Título/A pessoa-pano-do-pó, surgindo debaixo de um banco ou medindo-se com o Portugal dos Pequenitos. Há ainda trabalhos de Nuno Sousa Vieira, João Louro, Tomaz Hipólito, Ângela Ferreira, João Onofre, Daniel Malhão, Pedro Cabrita Reis, André Cepeda, Julião Sarmento, António Bolota, Carlos Bunga, Rui Calçada Bastos, Fernanda Fragateiro, Gil Heitor Cortesão, Jorge Molder e Rodrigo Oliveira.

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