Picos de afluência nas urgências do hospital de Gaia criam "obstrução quase física"

O hospital diz que teve, nos últimos dias e de "forma inesperada", picos "muito grandes" de afluência às urgências. Movimento de utentes denuncia situações de utentes "com patologias passíveis de características infeto-contagiosas amontoados há vários dias nas observações"

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Hospital diz que muitos doentes "poderiam e deveriam ter dado prioridade aos respectivos centros de saúde e à Linha de Saúde 24" Paulo Pimenta

O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) assistiu nos últimos dois dias a "picos muito grandes de afluência às urgências", que criaram uma "obstrução quase física" nas instalações, indicou nesta quinta-feira aquela unidade de saúde.

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) denunciou nesta quinta-feira que no dia anterior havia utentes "com patologias passíveis de características infeto-contagiosas amontoados há vários dias nas observações" do centro hospitalar, "por não existirem camas nas respectivas unidades de internamento".

Segundo o gabinete de comunicação daquela unidade de saúde, nos últimos dois dias o hospital, de "forma inesperada", teve "picos muito grandes de afluência às urgências", devido ao volume de "doentes poucos graves", o que acabou por criar uma "obstrução quase física" nas instalações.

Argumentando que os doentes "poderiam e deveriam ter dado prioridade aos respectivos centros de saúde e à Linha de Saúde 24", a mesma fonte lembrou estar em curso a "construção de uma nova urgência" naquele hospital e que "mesmo que tivessem sido colocados mais médicos não iria resolver o problema" dada a "limitação de espaço".

Em comunicado enviado nesta quinta-feira à agência Lusa, o MUSP revelou que o dia de quarta-feira ficou "marcado para os utentes que acederam às urgências e ficaram internados", bem como para os "familiares, visitantes e profissionais de saúde", cenário que, lamenta, "se tem vindo a repetir com demasiada frequência".

Dando conta da "sensação de impotência dos médicos" para a todos "acudir condignamente", o MUSP divulgou que "apelaram aos visitantes/familiares para que denunciem a situação caótica", acrescentando que também os enfermeiros, que são "pau para toda a colher", devido à "falta de auxiliares de acção médica", apelam aos familiares dos utentes "para lhes servirem as refeições, frias por tanto tempo à espera".

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