Julgamento a 13 de Junho para condutor e proprietário da carrinha que levou à morte 12 portugueses

A Nacional 79, perto de Lyon, já foi considerada pelo jornal francês Libération como “a estrada mais perigosa”. Em Março de 2016 morreram 12 portugueses num acidente de viação. O condutor tinha 19 anos.

Foto
O advogado do condutor, que foi o único sobrevivente do acidente, anunciou que a primeira audiência será em Moulins nelson garrido

O condutor e o proprietário da carrinha envolvida no acidente de viação em que morreram 12 portugueses perto de Lyon, a 24 de Março de 2016, vão ser julgados a 13 de Junho, de acordo com o advogado do motorista português.

“A data da audiência foi fixada na semana passada. Vai ser a 13 de Junho de 2018 em Moulins”, afirmou à Lusa Antoine Jauvat, advogado do jovem condutor que tinha 19 anos na altura do acidente.

O advogado adiantou que foi rejeitado o pedido de modificação do controlo judiciário do seu cliente para que este pudesse esperar em Portugal a data do julgamento. “Fizemos um pedido de modificação do controlo judiciário do meu cliente para que ele pudesse ter a autorização de voltar para a casa dos pais enquanto aguarda o processo e para que não esteja sozinho à espera. Actualmente ele está em liberdade, mas não pode sair de França. O meu pedido foi indeferido ontem [quarta-feira]”, declarou.

Antoine Jauvat acrescentou que o português “está há dois anos em França, longe da sua família”, que “teve cinco vezes autorização para ir a Portugal em curtas estadas” e que “sempre voltou para França e respeitou o pedido” da justiça.

O jovem, que trabalha numa empresa de construção civil em França, está sob controlo judiciário, com a “obrigação de ficar em França, de seguir um tratamento psicológico e de se apresentar uma vez por semana no posto de polícia para assinar um documento e mostrar que continua no país”. O advogado precisou, também, que “nada impede que se faça um novo pedido para uma curta estada” em Portugal antes de 13 de Junho.

O condutor é sobrinho do proprietário do veículo e os dois tinham sido acusados de homicídio involuntário e ferimentos involuntários agravados.

As 12 vítimas mortais, com idades compreendidas entre os sete e os 63 anos, viviam na Suíça e deslocavam-se a Portugal numa carrinha de seis lugares que embateu frontalmente com um veículo pesado na Estrada Nacional n.º 79, na localidade de Moulins, um troço da RCEA, a Estrada Centro Europa e Atlântico que atravessa a França de leste a oeste e que é conhecida por ser uma estrada perigosa. A 8 de Janeiro de 2017, também na Estrada Nacional n.º 79, na direcção Mâcon-Moulins, o despiste de um autocarro com 32 passageiros portugueses provocou quatro mortos, três feridos graves e 25 ligeiros.

A RCEA é conhecida como “a Estrada da Morte” e foi classificada como “a estrada mais perigosa de França” pelo jornal Libération, em Fevereiro do ano passado, numa reportagem que revelava que o tráfego é de “10.000 veículos por dia, 40% dos quais são veículos pesados”.

As vítimas do acidente de Março de 2016 eram dos distritos de Aveiro, Guarda e Viseu, mais concretamente dos concelhos de Cinfães, Sernancelhe, Oliveira de Azeméis, Pombal, Castelo de Paiva, Arouca e Trancoso.  

Sugerir correcção
Ler 1 comentários