Mulheres não devem começar a tomar fármaco para miomas, avisa Infarmed

Agência Europeia do Medicamento está a avaliar segurança do Esmya (acetato de ulipristal), depois de tomar conhecimento de casos de mulheres com lesões hepáticas graves. Enquanto a avaliação decorre, médicos não devem iniciar novos tratamentos.

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asm ADRIANO MIRANDA

Os médicos não devem iniciar tratamentos com um medicamento indicado para o tratamento de miomas uterinos, o acetato de ulipristal (Esmya de nome comercial), em novas doentes ou em pacientes que tenham terminado um dos ciclos que habitualmente são feitos com este fármaco, alerta a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) numa circular divulgada nesta quinta-feira.

Esta recomendação mantém-se até estar concluída uma revisão de segurança que o Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) iniciou depois de terem sido notificados casos de lesões hepáticas graves, incluindo casos de insuficiência hepática aguda que necessitaram de transplante, explica o Infarmed.

Em Portugal, este medicamento é usado no "tratamento pré-operatório e intermitente de sintomas moderados a graves de miomas uterinos em mulheres adultas em idade reprodutiva", lembra o Infarmed – que recomenda agora aos profissionais de saúde que monitorizem “no mínimo mensalmente” a função hepática das doentes em tratamento.

O Infarmed aconselha também as doentes a contactarem o médico, no caso de apresentarem sintomas como náuseas, vómitos, dor de barriga, falta de apetite, fadiga ou cor amarelada dos olhos ou pele.  E incentiva os médicos a informarem as pacientes sobre a eventualidade de estes sintomas surgirem.

O acetato de ulipristal é um medicamento que em Portugal tem sido usado para evitar histeroctomias (cirurgias para remoção do útero).  

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