Romney avança para o Senado e ameaça incomodar Trump

Dentro do Partido Republicano é um dos mais críticos do Presidente. Quer juntar-se à frente moderada que no Senado se opõe a Trump.

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Trump chegou a ponderar o nome de Romney para o cargo de secretário de Estado MIKE SEGAR/Reuters

Mal o veterano senador do Utah, Orrin Hatch, rejeitou os sucessivos pedidos de Donald Trump para se recandidatar, Mitt Romney começou a preparar a sua candidatura.  O anúncio formal da candidatura só não foi feito nesta quinta-feira devido ao massacre numa escola na Florida, em que morreram 17 pessoas.

“Por respeito às vítimas e às suas famílias, não vou fazer o anúncio  da candidatura ao Senado”, escreveu Romney no Twitter.

O regresso de Romney à política - foi o candidato presidencial do Partido Republicano contra Barack Obama em 2012 - é um dado praticamente adquirido.

Quando Trump se candidatou às primárias republicanas, o político de 70 anos pediu aos seus colegas de partido para não apoiarem o empresário da construção civil. Mas ambos tiveram um momento de aproximação, quando Trump considerou Romney para o cargo secretário de Estado – foi Rex Tillerson quem acabou com a pasta.

Tirando esse episódio, Romney tem sido um dos republicanos mais críticos de Trump. E, por isso, a sua candidatura ao Senado não foi recebida com bons olhos pela Casa Branca. Steve Bannon, antigo estratega da Casa Branca, propôs outro candidato como alternativa a Romney no Utah, um estado de habitual maioria republicana (a última sondagem realizada pelo Salt Lake Tribune dá a vitória a Mitt Romney).

O degradar da relação de Bannon com o Presidente devido às revelações no livro do jornalista Michael Wolff, Fire and Fury, fez com este se afastasse do círculo de Trump - e, consequentemente, a sua estratégia foi posta de lado.

Apesar de os republicanos deterem uma maioria, ainda que ténue, no Senado, Trump tem tido dificuldade em fazer aprovar as suas propostas legislativas mais ambiciosas (por exemplo o pacote fiscal ou a lei da saúde para substituir o Obamacare). Por isso, mais um senador que não está alinhado com um Presidente é uma má notícia para Donald Trump.

Apesar de alguns analistas e próximos de Romney afirmarem que, se for eleito senador, terá uma postura de  descrição e de contenção em relação a Trump, outros dizem que poderá substituir o senador John McCain na liderança da ala moderada do Partido Republicano que se opõe firmemente ao Presidente.

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